Rahaf está hospedada em um hotel em Bangcoc, enquanto o Acnur processa seu pedido de status de refugiada, antes que possa buscar asilo em um terceiro país.
Por Redação, com Reuters - de Bangcoc
O pai de uma jovem saudita de 18 anos em busca de asilo que fugiu para a Tailândia dizendo ter medo de ser assassinada pela própria família chegou a Bangcoc e deseja se encontrar com a filha, afirmou o chefe da imigração tailandesa nesta terça-feira. Entretanto, o pai e o irmão de Rahaf Mohammed al-Qunun precisarão esperar para saber se a agência de refugiados da ONU permitirá que eles a encontrem, afirmou o chefe da imigração, Surachate Hakpan. – O pai e o filho querem conversar com Rahaf, mas a ONU precisará aprovar tal conversa – disse Surachate a repórteres. A agência de refugiados da ONU disse nesta terça-feira estar investigando o caso de Rahaf, depois que ela fugiu para a Tailândia dizendo ter medo de ser assassinada pela família se fosse enviada de volta à Arábia Saudita. Ativistas estão preocupados com o que a Arábia Saudita fará depois que autoridades tailandesas reverteram a decisão de expulsar Rahaf e permitiram que a jovem entrasse no país sob cuidado do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). – Agora, o pai está aqui na Tailândia e isso é uma fonte de preocupação – disse à Reuters o vice-diretor da organização Human Rights Watch na Ásia, Phil Robertson. – Nós não temos a menor ideia do que ele vai fazer... se ele vai tentar descobrir onde ela está e intimidá-la. Nós não sabemos se ele vai tentar fazer com que a embaixada faça isso. Parlamentares e ativistas australianos e britânicos pediram que seus governos concedam asilo à Rahaf, que foi finalmente autorizada a entrar na Tailândia na noite de segunda-feira, após aproximadamente 48 horas presa no aeroporto internacional de Bangcoc, sob ameaça de ser expulsa do país. Rahaf está hospedada em um hotel em Bangcoc, enquanto o Acnur processa seu pedido de status de refugiada, antes que possa buscar asilo em um terceiro país. Funcionários do Acnur estão entrevistando a saudita nesta terça-feira, após terem a conhecido no dia anterior. – Pode demorar diversos dias para processar o caso e determinar os próximos passos – disse em comunicado o representante do Acnur na Tailândia, Giuseppe de Vincentiis. – Estamos muito gratos que autoridades tailandesas não enviaram (Rahaf) de volta contra sua vontade e estão estendendo proteção a ela – disse.