Depois de escoltarem o caminhão até a Cidade da Polícia Civil, os policiais civis negociaram, por meio de um advogado ligado aos traficantes, a liberação da carga e do motorista, recebendo propina para isso.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quinta-feira, quatro policiais civis e um advogado no Rio de Janeiro, suspeitos de venderem e escoltarem 16 toneladas de maconha para traficantes da principal facção criminosa do Estado.
Cerca de 50 policiais participaram da Operação Drake, desencadeada em parceria com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que já denunciou os suspeitos à Justiça.
De acordo com a investigação, que teve início em ação integrada do serviço de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da PF, duas viaturas da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas da Polícia Civil abordaram um caminhão carregado de maconha na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro.
Propina e escolta
Depois de escoltarem o caminhão até a Cidade da Polícia Civil, endereço que reúne delegacias especializadas na Zona Norte da capital fluminense, os policiais civis negociaram, por meio de um advogado ligado aos traficantes, a liberação da carga e do motorista, recebendo propina para isso.
Após o pagamento, três viaturas da delegacia escoltaram o caminhão com a droga até os acessos de Manguinhos, comunidade da Zona Norte dominada pela principal facção criminosa do Estado. Em seguida, as 16 toneladas foram descarregadas pelos criminosos.
Busca até em delegacia
Os cinco mandados de prisão e seis de busca e apreensão foram expandidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Resende, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Os mandados foram cumpridos nas cidades do Rio e em Saquarema, na Região dos Lagos. Os policiais federais fizeram buscas até na Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas, na Cidade da Polícia.
A apuração foi feita pelo Grupo de Investigações Sensíveis da PF (Gise/RJ) e pela Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ). Para o cumprimento dos mandados nesta quinta-feira, a PF teve o apoio da Corregedoria da Polícia Civil.
Pirata inglês
O nome da operação, Drake, é uma referência ao pirata e corsário inglês Francis Drake, que saqueava caravelas que transportavam material roubado e se julgava isento de culpa em razão da origem ilícita dos bens.
Em nota, a Polícia Civil informou à Agência Brasil que a corregedoria da corporação apoiou a ação para o cumprimento das ordens judiciais e “está instaurando processos administrativos-disciplinares”. Ainda segundo o comunicado, a Polícia Civil diz que “não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e atividade ilícita, reiterando seu compromisso de combate ao crime em defesa da sociedade”.
Comércio de subprodutos florestais
Policiais civis da 165ª DP (Mangaratiba) e policiais militares prenderam um homem em flagrante, na quarta-feira, por crime ambiental e por crime contra ordem tributária, econômica e as relações de consumo.
A operação conjunta visava à repressão do comércio ilegal de subprodutos florestais extraídos da Serra do Piloto, nos limites de conservação de proteção integral do Parque Estadual do Cunhambebe, que abrange áreas dos municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro e Itaguaí.
Segundo os agentes, o autor foi abordado no município de Itaguaí, e estava em um veículo que transportava diversos potes de vidro contendo palmitos extraídos de forma irregular, acondicionados de forma imprópria para o consumo. Ao ser interrogado pelas equipes, o suspeito disse que o produto seria comercializado.