Os cinco maiores exportadores de trigo do mundo deverão manter a participação no comércio global nos próximos 10 anos, mas enfrentarão forte competição de Ucrânia, Cazaquistão e fornecedores da região do Mar Negro, mostrou um estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas nesta terça-feira. Argentina, Austrália, Canadá, Estados Unidos e os países da União Européia deverão dominar o mercado mundial até 2015, com apenas pequenas alterações em suas participações combinadas.
Mas o aumento das vendas externas de Ucrânia e Cazaquistão criam grande competição no campo das exportações, segundo o estudo, desenvolvido pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e pela FAO (Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação).
"Os Estados Unidos manterão sua posição como maior exportador de trigo até 2015, mas sua participação no mercado, assim como a do Canadá, irá diminuir em favor de Austrália, UE, Argentina e outros fornecedores da área do Mar Negro", diz o estudo.
As importações mundiais de trigo deverão crescer de forma estável na próxima década, considerando-se um grande número de países, a maioria dos quais em desenvolvimento, afirma o estudo, citando, na África, principalmente Egito e Nigéria, e em outras regiões o Brasil e o México. Países em que há aumento da renda per capita e da população, mas que enfrentam restrições na expansão da produção doméstica também poderão elevar as compras de trigo até 2015, de acordo com o estudo.
A projeção do estudo indica que as importações da commodity por países em desenvolvimento irão crescer de maneira estável, de 89,1 milhões de toneladas este ano, para 103,8 milhões até 2015. Por outro lado, as importações de países-membros da OCDE deverão subir para 25,6 milhões de toneladas neste período, crescimento de apenas 2 milhões de toneladas. A boa disponibilidade de trigo barato de baixa qualidade em estoques em 2006 irá permitir que essas variedades compitam com o milho como ração animal preferida. Isso deverá impulsionar a demanda por ração e as importações de trigo para ração em alguns países, como a Coréia do Sul, citou o estudo.