Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Odebrecht acelera acordo de leniência para retomar obras

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Domingo, 27 de Março de 2016 às 08:42, por: CdB

O acordo deve também investigar ação de cartel no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão do Ministério da Justiça atingirá inclusive governos estaduais e municipais

Por Redação - de São Paulo
Uma da empreiteiras com maior presença no cenário econômico brasileiro, a Norberto Odebrecht divulgou nota na qual menciona a celeridade para o fechamento de um acordo de leniência com a Controladoria Geral da União (CGU), em curso desde dezembro de 2015. Após firmado o acordo, a empreiteira poderá retomar as obras das quais participava. O acordo de leniência, como no caso da Siemens e o esquema de corrupção no Metrô e na Companhia de Trens Metropolitano de São Paulo dos governos tucanos paulistas, tem um amplo espectro.
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A empreiteira Odebrecht é citada como fonte de distribuição de propinas para políticos brasileiros
No acordo, a empreiteira precisará denunciar tudo o que sabe e entregar as provas do que fala, inclusive os pagamentos de propinas. Na outra ponta, a confissão garante proteção judicial aos informantes, desde que não mintam e mantenham segredo dos depoimentos. O acordo deve também investigar ação de cartel no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão do Ministério da Justiça atingirá inclusive governos estaduais e municipais. A nota da Odebrecht aponta ainda para isto: “Apesar de todas as dificuldades e da consciência de não termos responsabilidade dominante sobre os fatos apurados na Operação Lava Jato – que revela na verdade a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país -, seguimos acreditando no Brasil”.

Acordo da Odebrecht

“Diante do possível acordo de leniência, políticos ligados às forças da direita entraram em pânico, especialmente o PSDB paulista. A Odebrecht tem mais de R$ 50 bilhões de contratos, sendo que o principal é concessão da linha 6 do metrô paulista”, afirma o site Viomundo. E acrescenta: “É bom lembrar a bomba denunciada no Viomundo pela repórter Conceição Lemes e que a grande mídia segue ignorando: Empreiteiras denunciadas na Lava Jato tem contratos de R$ 210 bilhões com os governos paulistas. O PSDB paulista e os demais golpistas já sabiam disso com antecedência e resolveram agilizar o processo impeachment antes que o acordo de leniência da Odebrecht se concretizasse. Estranhamente o Ministério Público Federal parece não querer o acordo de leniência”. Ainda segundo o site, trata-se de uma derrota para a direita, uma vez que entre os motivos da aceleração do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff era impedir que elas viessem a público. “Basta ver a reação da Globo sobre a divulgação de parte das informações das planilhas da Odebrecht. Ainda mais, com a denuncias de que o golpe é para acabar com a Lava Jato, feitas pelo deputado federal Alessandro Molon, da Rede. O fato é que a ação da Odebrecht matou o discursos da ética da direita e denunciou a sua hipocrisia, promovendo o verdadeiro abraço dos enlameados. Também aloprou os golpistas, que querem acelerar o impeachment para que nada seja apurado”, afirma o Viomundo. “A cada dia fica mais claro que o golpe, na verdade, é para acabar com as investigações da Lava Jato e implantar uma pauta neoliberal no Brasil. Por exemplo: fim de direitos trabalhistas, como décimo-terceiro, férias remuneradas, fundo de garantia, programas sociais, como o Bolsa Família, e de acesso de estudantes à universidade, como Prouni, Pronatec, Fies; entrega do pré-sal às petroleiras internacionais”, conclui.
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