O oceano Índico pode perder a maior parte de suas ilhas de coral nos próximos 50 anos se as temperaturas do mar continuarem a subir e se os recifes seriamente danificados pelo aquecimento da Terra não se recuperarem, afirmou um biólogo marinho na segunda-feira.
O aquecimento global provocou em 1998 a morte de algo entre 50 e 98 por cento dos recifes de coral da região que vai do norte de Moçambique à Indonésia. Depois disso, houve um certo grau de recuperação, mas os cientistas continuam preocupados.
"Temos motivos para acreditar que, se o clima continuar a mudar em consequência do gás carbônico jogado na atmosfera, as temperaturas no nível do mar e nos oceanos vão subir", afirmou Carl Lundin, chefe do programa marítimo da União Mundial para a Conservação (IUCN).
"Assim, virtualmente, todas as ilhas de coral correm o risco de desaparecer dentro de 50 anos", afirmou Lundin à Reuters em Vitória, capital das Seichelles.
Os recifes de coral estão entre os meios ambientes mais produtivos e variados da Terra. Encontrados em águas mais quentes, claras e rasas de oceanos tropicais de todo o mundo, os recifes servem de fonte de alimento e como abrigo para peixes e impedem a erosão das praias.
Muitos organismos dos recifes de coral quase não toleram a alteração em suas condições ambientais.
Segundo Lundin, o aquecimento das correntes oceânicas depois do fenômeno El Nino em 1998 resultou em danos disseminados nos corais do oceano Índico.
O cientista disse que, por exemplo, as ilhas de coral de Amirantes, de Aldabra, a ilha dos Pássaros e a ilha Denis, todas das Seichelles, estão seriamente ameaçadas.