Como os saltos nos preços de energia e commodities apresentam nova pressão sobre a inflação já elevada, a OCDE em seu relatório disse que os bancos centrais devem se focar na normalização da política monetária, embora um ritmo mais lento seja justificado em países onde as consequências econômicas da guerra sejam piores.
Por Redação - de Brasília
A crise na Ucrânia pode cortar mais de um ponto percentual do crescimento global este ano e acrescentar 2,5 pontos à inflação, estimou a OCDE nesta quinta-feira, pedindo aumentos dos gastos de governos em resposta.
Aumentos bem direcionados de gastos governamentais dos países da OCDE na ordem de 0,5% do PIB podem reduzir o impacto econômico da guerra em cerca de metade sem aumentar de forma significativa a inflação, disse a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Com a Europa fortemente dependente das importações de energia russa, o impacto negativo da guerra à economia da zona do euro pode chegar a 1,4%, enquanto nos Estados Unidos seria de cerca de 0,9%, estimou a OCDE em uma análise das consequências econômicas da guerra.
Consequências
Embora Rússia e Ucrânia respondam por apenas 2% do PIB global, os dois países têm impacto enorme sobre os mercados de energia e commodities, já que são importantes produtores de matérias-primas usadas em tudo, de catalisadores a carros e fertilizantes.
Como os saltos nos preços de energia e commodities apresentam nova pressão sobre a inflação já elevada, a OCDE disse que os bancos centrais devem se focar na normalização da política monetária, embora um ritmo mais lento seja justificado em países onde as consequências econômicas da guerra sejam piores.
Internamente, os sinais do impacto econômico causado pelo conflito na Ucrânia já são visíveis na prévia do Produto Interno Bruto (PIB). O Banco Central informou na manhã desta quinta-feira que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um indicador prévio de desempenho do PIB, teve queda de 0,99% em janeiro na comparação com dezembro.
Na comparação com janeiro de 2021, a atividade econômica subiu 0,01%, ante consenso de mercado de alta de 0,77%.A queda de janeiro foi o maior recuo do nível de atividade desde março de 2021, quando registrou retração de 1,67%.