Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

O preto dá a volta por cima na Semana da Moda de Milão

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Terça, 22 de Fevereiro de 2005 às 18:38, por: CdB

A turma das cores pode ter prevalecido no mundo da moda nas últimas semanas, mas os estilistas de Milão sabem o que vende, e o que vende é o preto.

Com os desfiles de algumas das coleções para o inverno 2005, algumas das grifes mais importantes do mundo comprovaram que o preto não precisa ser monótono nem sem graça.
Miuccia Prada comprovou que tem razão para ocupar sua posição de destaque no mundo fashion quando pôs na passarela uma série de casacos de inverno esvoaçantes, mostrando que a lã nem sempre é uma coisa maçante.

Um crítico britânico comentou depois do desfile:

- Ainda estou à espera do dia em que a Prada terá uma temporada ruim.

A coleção era toda alfaiataria e simplicidade, com os enfeites reduzidos a um mar de contas cobrindo a frente de um vestidinho de chiffon, ilhoses de bronze cravejados numa bolsa castanha e uma capa de penas pretas usada sobre um vestido-ampulheta.

Casacos de feltro preto traziam pregas na cintura, fazendo a lã se abrir em boca-de-sino que refletia a luz à medida que mudava de forma.

Terninhos pretos ficavam mais leves com um toque ocasional de branco numa costura ou uma segunda gola de castanho-biscoito pousada sobre a gola superior, preta.

No caso da coleção de Armani, o preto foi o tom dominante, excetuando alguns modelos em creme e veludo roxo que deixaram os críticos perplexos.

Os negociadores na Bolsa torcem para Armani não ter deixado de captar os anseios do mercado. Reza a tradição que os preços das ações acompanham o comprimento das saias, e as saias do Emporio Armani estavam as mais curtas que a decência permite.

- É um look poderoso, muito sexy e excitante - comentou Kal Ruttenstein, diretor de moda da Bloomingdale's.

Saias de cetim preto com franjas reluziam sob casaquinhos de veludo também pretos, e, para o dia, casacos de lã preta grossa eram dobrados como um leque se projetando desde atrás, como se fossem roupas feitas de origami.

Na grife "top line" Giorgio Armani, o formato era dobrado para dentro, com saias lápis com elástico acima do joelho e os famosos casacos de Armani usados sobre calções que chegavam à metade das coxas.

Uma importante crítica de moda americana que não quis ser identificada tachou os calções de "monstruosos", mas Armani disse que são:

- Mais modernos, mais corajosos; afinal, as mulheres gostam de mostrar as pernas.

Acima dos calções, Armani exibiu uma série de casacos diferentes justos nas costas, com grandes golas dando a volta do pescoço ou golas duplas amarradas no pescoço. Em seguida, uma linha de vestidos pretinhos para socialites de todos os tipos.

- É uma coleção para a mulher que curte o glamour, que sai à noite para jantar. É uma homenagem às mulheres belas - explicou o estilista de cabelos brancos, o nome mais reverenciado da moda de Milão.

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