O grande número de novos cursos de Direito e a má qualidade do ensino da carreira fizeram com que explodisse o número de reprovados no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Enquanto há alguns anos a média de reprovação era de 30%, no ano passado 81% dos candidatos que prestaram a prova, necessária para que os formandos pudessem ingressar de fato na carreira de advogado, foram reprovados.
No Estado de São Paulo, o número de cursos de Direito passou de 62 em 1998 para 108 em 2001. Somente em Campinas, este número passou de 1 para 6 novos cursos. Com isso, enquanto em 1998, 274 pessoas prestaram o exame da OAB em Campinas, este ano serão 724 examinados no próximo domingo, dia 17. Ribeirão Preto possui quatro faculdades de Direito e, São Carlos, uma faculdade.
Na opinião de Salvador Scarpelli Júnior, coordenador regional dos exames da OAB, o excesso de universidades e a má qualidade do ensino contribuíram para o alto índice de reprovações. Ele disse que a prova não se modificou nos últimos anos. O que piorou foi a qualidade dos alunos, segundo Scaperlli.
Já o presidente do Colégio Brasileiro de Faculdade de Direito, Álvaro César Iglesias, acredita que o grande número de novos cursos não é diretamente responsável pelas reprovações. De acordo com ele, o problema é a má qualidade do ensino, sobretudo nas escolas particulares. Iglesias também criticou o exame da OAB.
— Seria melhor se o exame exigisse uma posição mais crítica dos candidatos, pois avaliaria não apenas o que se aprendeu em poucos meses, mas sim em vários anos de estudo — disse.
Número de reprovados no exame da OAB aumenta em SP
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Quarta, 13 de Agosto de 2003 às 14:28, por: CdB