O conselho de administração, na realidade, aprovou o início de um processo para o Nubank encerrar sua participação na B3, a Bolsa de Valores brasileira. Os BDRs do banco continuarão negociados no mercado de ações, mas saem do nível 3 para nível 1, que é o tipo emitido por empresas com registro no exterior.
Por Redação, com Reuters - de São Paulo
Em nota ao mercado financeiro, o banco digital Nubank chamou a atenção, na semana passada, para uma mudança em seu programa de Brazilian Depositary Receipt (BDRs), recibo negociado na Bolsa brasileira que acompanha a variação das ações cotadas na Bolsa de Nova York (Nyse), nos EUA.
O conselho de administração, na realidade, aprovou o início de um processo para o Nubank encerrar sua participação na B3, a Bolsa de Valores brasileira. Os BDRs do banco continuarão negociados no mercado de ações, mas saem do nível 3 para nível 1, que é o tipo emitido por empresas com registro no exterior.
A mudança significa que o Nubank não precisará mais seguir as regras estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), instituição que regula o mercado financeiro brasileiro, mas ainda responderá aos requisitos da Securities and Exchange Commission (SEC), que regula o mercado norte-americano.
Governança
Desde o comunicado do banco, clientes passaram a perguntar na internet se o Nubank faliu ou se vai fechar no Brasil e o que pode acontecer com suas contas. A fintech esclareceu, contudo, que o encerramento de suas operações no mercado local não é uma possibilidade considerada. Segundo o Nubank, nada muda para o cliente que utiliza os serviços do banco.
A decisão do Nubank de deixar de ser uma companhia de capital aberto no Brasil, no entanto, foi considerada negativa para a governança da empresa e para os investidores minoritários por reduzir o nível de transparência das operações da fintech, segundo avaliação junto à mídia específica por parte dos analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard, do Itaú BBA.
"Na prática, acreditamos que a divulgação de informações pode ficar mais pobre, e até menos comparável com as instituições financeiras locais", resumem os analistas.