Novo aumento no preço do diesel dispara gatilho para caminhoneiros
O aumento no preço dos combustíveis, na noite passada, funcionou como um gatilho para uma nova ameaça de paralisação nacional dos caminhoneiros. Na manhã desta terça-feira, em grupos de aplicativos de mensagens, líderes do setor já passaram a avaliar uma nova onda de protestos, de Norte a Sul do país.
A política de mercado da estatal determina o reajuste imediato dos valores e, se um combustível aumenta de preço na refinaria, esse valor tende a chegar rapidamente, ainda de forma diluída, nas bombas.
Por Redação - de São Paulo
O aumento no preço dos combustíveis, na noite passada, funcionou como um gatilho para uma nova ameaça de paralisação nacional dos caminhoneiros. Na manhã desta terça-feira, em grupos de aplicativos de mensagens, líderes do setor já passaram a avaliar uma nova onda de protestos, de Norte a Sul do país.
Com o reajuste do diesel, aumentou o risco de os caminhoneiros voltarem a ameaçar o governo com uma nova greve e protestos
A política de mercado da estatal determina o reajuste imediato dos valores e, se um combustível aumenta de preço na refinaria, esse valor tende a chegar rapidamente, ainda de forma diluída, nas bombas. Parte dos preços já foi repassada, no início da semana, após as notícias do ataque às refinarias sauditas da Aramco, o que tende a compensar os aumentos autorizados pela Petrobras. Mas a pauta permanece um entrave no campo político.
Estagnação
Com o reajuste do diesel, aumentou o risco de os caminhoneiros voltarem a ameaçar o governo com uma nova greve e protestos. Diante o quadro de estagnação da economia, analistas de mercado ouvidos pela reportagem do Correio do Brasil apontam para o crescimento do risco de novas fugas de capitais e a rápida degradação do ambiente junto aos investidores.
Enfraquecido por sucessivos escândalos familiares e a devastação na Amazônia, uma nova greve dos caminhoneiros preocupa o governo de Jair Bolsonaro (PSL). A gestão atual mostra-se fragilizada diante das pressões do setor de transportes de cargas. Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro alinhou-se à greve da categoria, que migrou para um lockout.
O movimento paredista ocorreu em maio do ano passado, quando os caminhoneiros se mostravam como patriotas, na luta por um país melhor. Com esse discurso, desestabilizaram o que ainda restava do governo de Michel Temer.
Na última segunda-feira a Petrobras chegou a divulgar um comunicado informando que não iria ajustar os preços dos combustíveis por ora, mas que observará as condições de mercado nos próximos dias e tomará uma decisão sobre preços no momento adequado.
– A Petrobras decidiu por acompanhar a variação do mercado nos próximos dias e não fazer um ajuste de forma imediata. A empresa seguirá acompanhando o mercado e decidirá oportunamente sobre os próximos ajustes nos preços – disse a estatal, ressaltando que suas práticas hoje não preveem periodicidade definida para os reajustes.
EUA
Os preços da gasolina nos Estados Unidos subiram nesta terça-feira, após os futuros do petróleo terem disparado quase 15% na véspera, na sequência de um ataque no fim de semana sobre instalações de petróleo sauditas, segundo relatório da Associação Automobilística Americana (AAA).
O preço médio da gasolina no país subiu para US$ 2,59 por galão nesta terça-feira, disse a AAA em seu site. Na segunda-feira, a associação apontava um preço de US$ 2,56.
No último final de semana, drones atacaram instalações de petróleo da Arábia Saudita, o que tirou do mercado 5,7 milhões de barris por dia em petróleo, ou 6% da oferta global.