Quem não se lembra de 'A Bruxa de Blair', o filme de terror que eletrizou a platéia no Festival de Cinema de Sundance, arrecadou 140 milhões de dólares só nos Estados Unidos e se tornou um fenômeno cultural em 1999?
Agora é a vez de Cabin Fever, filme de baixo orçamento que apresenta o mesmo tipo de história e que tem o mesmo potencial para assustar os fãs de cinema. Mas a diferença entre ele e 'A Bruxa de Blair' é que 'Cabin Fever' também quer arrancar gargalhadas do público.
O longa-metragem, que estréia na próxima sexta-feira no circuito comercial dos EUA, conta a história de cinco universitários que partem em uma viagem, alojando-se em uma cabana em meio à natureza.
Quando um vírus que consome carne humana ataca o grupo, os jovens têm que decidir quem vai morrer e quem sobreviverá.
Até agora, nada engraçado. Mas o jeito que os jovens encaram o terror é tão humano que eles acabam fazendo graça de si mesmos, e é aí que mora o humor.
O valente Bert (James DeBello) decide usar a força para escapar, a sexy Marcy (Cerina) prefere depilar as pernas em meio ao perigo, o bacana Jeff (Joey Kern) abandona o grupo e o garoto normal Paul (Rider Strong) se apaixona na hora errada pela casta Karen (Jordon Ladd).
- Usamos humor nos filmes de terror para relaxar a tensão - disse o diretor e co-roteirista Eli Roth.
- Ninguém está tentando ser engraçado, mas o filme é tão nojento e horrível que fica engraçado. Mas vi gente saindo do cinema desmaiando ou chorando - completou o diretor.
Roth é queridinho do diretor David Lynch (Veludo Azul, Twin Peaks), o que deve dar a idéia da estranheza que percorre sua criação.
O diretor passou dez anos levantando dinheiro para realizar o filme. Depois de receber 'não' de mais de cem produtores, um deles finalmente disse: 'Isso é tão nojento! Adorei!'.
Mas no primeiro dia de filmagens, seu principal investidor saltou fora. Roth pegou dinheiro emprestado de seu pai, amigos e familiares.
O filme independente, depois de ser exibido em festivais com sucesso, garantiu distribuição comercial pela Lions Gate Films.
O diretor acredita que a falta de dinheiro obriga os cineastas independentes a serem mais criativos com as histórias.
- Bons filmes de terror são como punk rock. São contraculturais - conclui Roth.
No rastro de 'A Bruxa de Blair'
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Quarta, 10 de Setembro de 2003 às 01:13, por: CdB