Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Nível de desemprego cai, segundo IBGE, mas renda média também definha

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Terça, 31 de Maio de 2022 às 11:31, por: CdB

Nos três meses imediatamente anteriores (novembro de 2021 a janeiro de 2022), o indicador de desemprego estava em 11,2%. O novo resultado (10,5%) veio abaixo das estimativas do mercado financeiro. Na mediana, analistas consultados pela agência norte-americana de notícias Bloomberg projetavam taxa de desocupação de 10,9% até abril.

Por Redação - do Rio de Janeiro
O desemprego voltou a cair no Brasil, mas a renda média do trabalho ainda dá sinais de fragilidade, com baixa de quase 8% em um ano, indicam dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o instituto, a taxa de desocupação recuou para 10,5% no trimestre encerrado em abril deste ano. É a menor marca para o período desde 2015 (8,1%), quando a economia amargava período de recessão.
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A geração de empregos com carteira assinada tem sido cada vez menor
Nos três meses imediatamente anteriores (novembro de 2021 a janeiro de 2022), o indicador de desemprego estava em 11,2%. O novo resultado (10,5%) veio abaixo das estimativas do mercado financeiro. Na mediana, analistas consultados pela agência norte-americana de notícias Bloomberg projetavam taxa de desocupação de 10,9% até abril. O número de desempregados, por sua vez, recuou para 11,3 milhões no mesmo período, apontou o IBGE. O contingente estava em 12 milhões até janeiro. Pelas estatísticas oficiais, a população desocupada reúne quem está sem trabalho e segue à procura de novas vagas.

Retração

Os dados divulgados nesta terça-feira integram a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, são avaliados desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos. — Estamos diante da manutenção do processo de retração da taxa de desocupação, que vem ocorrendo desde o trimestre encerrado em julho de 2021, em função, principalmente, do avanço da população ocupada nos últimos trimestres — afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE. O número de empregados com carteira assinada no setor privado foi de 35,2 milhões de pessoas, elevação de 2% (690 mil a mais) frente ao trimestre anterior. Em termos absolutos, os maiores aumentos na população ocupada vieram do setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (mais 251 mil) e do ramo de outros serviços (mais 233 mil).

Renda cai

Conforme Adriana Beringuy, a alta do contingente com algum tipo de trabalho pode ser explicada por uma combinação de fatores. A trégua na pandemia e a reabertura de atividades econômicas fazem parte dessa lista. A criação de vagas, contudo, ainda não foi suficiente para impulsionar a renda do trabalho, que continua fraca se comparada a níveis históricos. No trimestre até abril, o rendimento médio da população ocupada foi de R$ 2.569 em termos reais (com o desconto da inflação). É a menor marca para esse período na série, iniciada em 2012. Na comparação anual, com o trimestre finalizado em abril de 2021 (R$ 2.790), o rendimento encolheu 7,9%. Houve relativa estabilidade frente a janeiro deste ano (R$ 2.566). Em uma tentativa de recompor as perdas no orçamento familiar, mais pessoas podem ter sido levadas a ofertar algum tipo de trabalho, segundo Adriana Beringuy. Esse movimento também pode ter influenciado a alta da população ocupada. — É uma hipótese — conclui a pesquisadora.
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