O caso veio à tona após a divulgação, na quinta-feira, de um relatório da organização sem fins lucrativos Media Matters for America. O documento identificou a IBM como uma das várias empresas que tiveram anúncios publicados ao lado de mensagens com conteúdo neonazista.
Por Redação, com agências internacionais - de Nova York, NY-EUA
A rede X, ex-Twitter, permanecia neste sábado no centro da polêmica sobre o antissemitismo. A empresa de tecnologia IBM cumpriu a ameaça e retirou todos os seus anúncios da rede social, após descobrir que materiais de publicidade da companhia foram publicados ao lado das publicações pró-nazismo que abundam na plataforma.
O caso veio à tona após a divulgação, na quinta-feira, de um relatório da organização sem fins lucrativos Media Matters for America. O documento identificou a IBM como uma das várias empresas que tiveram anúncios publicados ao lado de mensagens com conteúdo neonazista.
“A IBM tem tolerância zero para discurso de ódio e discriminação e suspendemos imediatamente toda a publicidade no X enquanto investigamos essa situação totalmente inaceitável”, disse a companhia, em nota pública.
Antissemitismo
A decisão da IBM ocorre um dia depois de Elon Musk demonstrar apoio a uma teoria da conspiração na rede social. O dono da rede X respondeu a um usuário da plataforma que responsabilizou os próprios judeus pelo aumento do antissemitismo na internet.
Em seguida, Musk fez uma nova postagem criticando a Liga Antidifamação (ADL), uma organização sem fins lucrativos que combate o antissemitismo e o extremismo. O empresário afirmou que ela “ataca injustamente a maioria do Ocidente em vez dos grupos minoritários que são sua principal ameaça”.
A ADL faz parte de um grupo que pediu que grandes anunciantes boicotem o antigo Twitter até que Musk concorde em retomar a aplicação das antigas regras de moderação de conteúdo da plataforma.
Teorias
“Em um momento em que o antissemitismo cresce nos Estados Unidos e aumenta em todo o mundo, é indiscutivelmente perigoso usar a influência de alguém para validar e promover teorias antissemitas”, afirmou Jonathan Greenblatt, CEO da ADL
Ainda nesta quinta, 164 líderes judeus reiteraram o apelo para que grandes anunciantes, incluindo Disney, Apple e Amazon, parem de financiar o X por meio de anúncios. Eles ainda pediram que a Apple e o Google removam a rede social de suas lojas de aplicativos.
Foi o que ocorreu, nesta manhã, quando grandes empresas interromperam os anúncios no X. Entre os nomes que deixaram de pagar por publicidade na plataforma, segundo o diário norte-americano The New York Times, estão a Walt Disney, Lionsgate, Paramount e Apple.
Suspensão
Na tentativa de apagar o incêndio que consome o orçamento da empresa, a CEO da rede X, Linda Yaccarino, publicou mensagem na quinta-feira na qual afirma que a empresa foi “extremamente clara” sobre os esforços “para combater o antissemitismo e a discriminação”.
No véspera, Musk sugeriu que companhias como a IBM estavam se afastando da plataforma X para salvar a reputação. Pouco depois, acrescentou que “apelos claros à violência extrema” são contra os termos de serviço do X “e resultarão em suspensão”, sem nominar as medidas adotadas.