O Museu Britânico de Londres negou nesta terça-feira que tenha conduzido negociações secretas com a Grécia em torno de um empréstimo dos frisos do Partenon para os Jogos Olímpicos de 2004, como informou o diário The Sunday Times.
Um porta-voz do museu disse nesta terça à EFE que essa notícia, publicada domingo passado, é "incorreta" e que "nada mudou " a respeito da posição tradicional de não emprestar as esculturas do Partenon.
Em um comunicado, o museu disse que as conversações com as autoridades gregas têm fins acadêmicos e assinalou, categórico, que sua posição sobre os mármores do Partenon "não foi alterada".
- As esculturas do Partenon devem continuar sendo exibidas ao público, sem nenhum custo, dentro do Museu Britânico - apontou o comunicado.
A Fundação encarregada das esculturas "não vê nenhuma circunstância em que poderia atender o pedido do Governo grego para a transferência permanente das esculturas de Londres para Atenas", acrescentou.
O Museu Britânico, que abriga os frisos há quase dois séculos, não permite a saída dos mármores do Reino Unido sob nenhuma hipótese, pois alega razões de conservação e lembra os mais de cinco milhões de visitantes por ano. Os mármores foram levados a Inglaterra em 1806 pelo embaixador britânico em Constantinopla, lorde Elgin.
Trata-se de uma parte do friso de 145 metros e de 17 esculturas, há décadas uma das grandes atrações do museu.
- As conversações com nossos colegas gregos se centraram não na possível transferência das esculturas, mas em outras áreas de colaboração acadêmica - informou a instituição.
Nesta segunda-feira, o presidente do Museu de Acrópoles de Atenas, Dimitris Pandermalis, afirmou que há "conversações" com o Museu Britânico para que os frisos do Partenon voltem a Atenas para os Jogos Olímpicos.
Mas o Museu Britânico, que acaba de celebrar seus 250 anos de existência, insiste em seu comunicado em que, embora alguns objetos de seu coleção sejam emprestados a outros centros, "muitos dos pedidos de empréstimo não podem ser atendidos, devido à conservação e razões de política em relação ao público".
- Além disso, a Fundação não dá seu consentimento, em geral, ao empréstimo de objetos que considerados centrais nos objetivos da coleção - disse.
Mais de metade das esculturas do Partenon estão em Londres, enquanto que o resto está na Grécia, país que tenta reunir de novo todas as peças do edifício considerado o monumento mais importante da antiguidade grega.
Durante anos, as autoridades gregas argumentaram que esses tesouros culturais foram roubados, enquanto os sucessivos governos britânicos sustentaram que os foram comprados legalmente.