Para Costa, a misoginia não é um fenômeno isolado, mas parte da estrutura que organiza a vida social no Brasil.
Por Redação, com BdF – de São Paulo
Manifestações realizadas neste domingo, organizados em dezenas de cidades brasileiras, marcam o protesto das mulheres brasileiras após uma sequência de feminicídios, tentativas de feminicídio e agressões que tomaram as manchetes na última semana.

— Homens precisam estar na centralidade dessa sensibilização da sociedade porque são esses homens que são frutos dessa sociedade doentia, capitalista e patriarcal que vivemos, que praticam todo tipo de violência contra os nossos corpos. Não existe pacto social sem adesão. E esse pacto social, especificamente, precisa da adesão dos homens do Brasil — declarou a jornalista e militante do Movimento Negro Unificado (MNU) Leonor Costa à Rádio Brasil de Fato, nesta manhã.
Para Costa, a misoginia não é um fenômeno isolado, mas parte da estrutura que organiza a vida social no Brasil.
— Infelizmente, o patriarcado estrutura a forma como a sociedade se organiza, assim como o racismo e a questão de classe — afirmou.
Desfecho
A militante reforçou ainda que “classe, raça e gênero estão centrais nesse modelo de sociedade”, o que se expressa na desigualdade no trabalho, nos espaços de poder e na violência cotidiana.
Segundo Costa o feminicídio é apenas o desfecho extremo de uma cadeia de agressões naturalizadas.
— A violência contra as mulheres é justificada. Começa com agressão verbal, depois vai para agressão física, até chegar, infelizmente, ao feminicídio. As mulheres negras são as mulheres que são as maiores vítimas do feminicídio — resumiu.