Segundo a Polícia Civil, ela coordenava um esquema em que vítimas eram dopadas e roubadas após frequentar bares.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Justiça condenou, na quinta-feira, Claudia Mayara Alves Soliva a 20 anos e 10 dias de prisão pela morte do colombiano Manuel Felipe Martínez Mantilla, em outubro do ano passado, no Rio. A decisão foi da juíza Camila Rocha Guerin, da 36ª Vara Criminal, que considerou as provas do processo “robustas e cristalinas”.

“Conforme consta dos autos, a vítima Manuel sofreu o golpe comumente conhecido como ‘Boa Noite, Cinderela’, na medida em que lhe foi administrado pela denunciada e seus comparsas grande dose de substância sedativa clonazepan, suficiente para levar a vítima a inconsciência. Após a inconsciência da vítima, a denunciada, em comunhão de ações e desígnios com outras pessoas ainda não identificadas, subtraiu o cartão bancário da vítima e efetuou compras”, diz um trecho do documento.
Apontada como liderança da maior quadrilha especializada em aplicar o golpe “Boa noite, Cinderela” na capital fluminense, Claudia estava presa preventivamente desde março. Segundo a Polícia Civil, ela coordenava um esquema em que vítimas eram dopadas e roubadas após frequentar bares e casas noturnas.
A defesa de Claudia poderá recorrer da decisão. A reportagem tenta contato, o espaço segue aberto para eventuais manifestações.
Como o crime aconteceu
Manuel Mantilla, de 36 anos, assessor do Ministério da Fazenda da Colômbia e professor universitário, estava no Brasil a passeio quando foi atraído para a emboscada, em outubro do ano passado.
Ele havia passado pela Pedra do Sal, no Centro, e mais tarde seguiu para um bar no Complexo da Maré. Durante a noite, teve bebidas misturadas a drogas como altas dosagens de clonazepam, MDMA e ecstasy.
Um motorista de aplicativo relatou ter estranhado o estado da vítima e decidiu levá-la ao Hospital Federal de Bonsucesso, onde não resistiu.
A perícia concluiu que a morte ocorreu por edema pulmonar causado pelas substâncias ingeridas. Investigações também mostraram que, mesmo após o óbito, o cartão de crédito do economista foi usado em diversas compras.