Cíntia Mariano é apontada como autora do assassinato de Fernanda Cabral e da tentativa de homicídio contra o irmão dela, Bruno.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Três anos após matar a enteada, de 22 anos, por envenenamento, Cíntia Mariano Dias Cabral foi a júri popular no Rio nesta terça-feira. Ela é acusada do assassinato de Fernanda Carvalho Cabral e de tentar matar o irmão dela, Bruno, de 16 anos, usando chumbinho — veneno proibido no país e usado ilegalmente para matar ratos.

O julgamento está marcado para às 13h, no III Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). As investigações apontam que Cíntia teria colocado veneno na comida dos enteados, em um intervalo de dois meses, por ciúmes da relação deles com o pai, Adeílson Jarbas Cabral, com quem vivia havia seis anos. Fernanda morreu em março de 2022, após 13 dias internada no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste.
Pouco depois, Bruno também passou mal ao almoçar na casa da madrasta. O jovem relatou que o feijão servido por ela tinha gosto amargo e continha pequenos grãos azulados. Ele sobreviveu e a mãe denunciou o episódio na 33ª DP (Realengo), que iniciou a investigação.
Envenenamento comprovado
Na ocasião, quando o laudo cadavérico apontou a causa da morte, o delegado Flávio Rodrigues, titular da 33ª DP (Realengo), que comandou as investigações, falou sobre a prova contra a madrasta:
– Quando se faz a análise do prontuário médico da da Fernanda, um prontuário de 172 páginas, nota-se mais de dez menções feitas por médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, há um diagnóstico de intoxicação exógena. É uma peça importante, quiçá talvez a mais importante de toda essa investigação que comprova que sim, de fato, Cintia envenenou Fernanda – disse na época.
Prisão
Cíntia foi presa dois meses após a morte de Fernanda, durante depoimento à polícia na 33ª DP. Ela ainda tentou se matar antes da prisão. Testemunhas e familiares da acusada chegaram a relatar em juízo comportamentos suspeitos dela.
Médicos também apontaram falhas no primeiro atendimento à vítima, que inicialmente não teve o envenenamento identificado. Por isso, o corpo da enteada foi exumado um mês depois, e laudos confirmaram a presença de substâncias exógenas, compatíveis com o chumbinho.
Após diversos adiamentos, em maio de 2023, o Tribunal de Justiça manteve a prisão e determinou que Cíntia fosse julgada por homicídio e tentativa de homicídio qualificados.