Os confrontos no Conjunto de Favelas do Salgueiro começaram na madrugada do último sábado, quando o sargento foi baleado durante um patrulhamento na localidade de Itaúna. O PM chegou a ser levado para o Hospital Estadual Alberto Torres, também em São Gonçalo, mas não resistiu ao ferimento.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou à Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSG), à 72ª DP, ao Batalhão de Operações Especiais (Bope), ao 7º BPM e à Corregedoria da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro o envio de inquéritos instaurados e peças técnicas que os instruem relativos às investigações das mortes ocorridas em conflitos no último fim de semana entre criminosos e policiais militares no Conjunto de Favelas do Salgueiro, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. O MP quer receber também as escalas e a identificação de policiais envolvidos nas operações realizadas no domingo e segunda-feira.
O MP abriu na segunda-feira um Procedimento Investigatório Criminal (PIC), para apurar a operação realizada na comunidade. Os confrontos resultaram na morte de 10 pessoas, entre elas, o sargento lotado no 7º BPM (São Gonçalo) Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos de idade.
A Secretaria de Estado de Polícia Civil informou que cinco dos nove mortos no conflito tinham antecedentes ou anotações criminais.
O MP requisitou ainda eventuais registros de ocorrência lavrados nos dois dias relativos a buscas e apreensões. “As requisições envolvem apurações relacionadas a mortes, a princípio, de oito pessoas com a suspeita de excesso de autuação policial, possíveis abusos praticados por policiais na comunidade do Salgueiro, a morte do sargento da Polícia Militar Leandro Rumbelsperger da Silva, e apurar as circunstâncias das lesões provocadas em uma mulher, atingida por disparo de arma de fogo no braço esquerdo”, diz o MP.
Moradores e famílias de mortos dizem que houve uma chacina na comunidade e que entre os mortos há pessoas que não estavam envolvidas com crimes.
Em outra medida adotada pelo MP para verificar se houve excessos da PM na ação, a Promotoria de Justiça vai analisar o relatório técnico elaborado por perito legista do Gate/MPRJ, que foi enviado ao Posto Regional de Polícia Técnica e Científica de São Gonçalo e que acompanhou a realização das necropsias dos corpos encontrados na localidade.
Na segunda-feira, moradores do local tiraram oito corpos de uma área de manguezal e os levou para uma rua junto às casas. Depois os cobriram com panos. Foi ali que começou a perícia para as apurações das mortes.
Um dos mortos foi identificado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, bairro de São Gonçalo, como Igor da Costa Coutinho. Ele foi baleado no confronto de domingo com o Bope. Apesar de ter sido socorrido, não resistiu e morreu. Igor é apontado como um dos envolvidos na morte do sargento Leandro Rumbelsperger da Silva.