Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram levados de avião até o Estado e desembarcaram em Mossoró. Por lá, foram realocados em novas celas, onde ficaram separados e monitorados 24 horas por dia.
Por Redação, com CartaCapital - de Brasília
Os dois fugitivos da Penitenciária de Mossoró, recapturados pelas polícias Federal e Rodoviária Federal no Pará, retornaram, na madrugada desta sexta-feira, para a unidade de segurança máxima, no Rio Grande do Norte.
Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram levados de avião até o Estado e desembarcaram em Mossoró. Por lá, foram realocados em novas celas, onde ficaram separados e monitorados 24 horas por dia.
Essa, no entanto, não é a única mudança de protocolo ou estrutura anunciada pelo governo federal para evitar novas fugas, seja da dupla faccionada ao Comando Vermelho ou de outros detentos. Desde a fuga inédita no sistema de segurança máxima, criado em 2006, a penitenciária de Mossoró passou por reformas e teve a segurança reforçada.
Segundo o secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, entre as medidas tomadas estão a troca de iluminação e a compra de novas câmeras de monitoramento para todas as unidades federais de segurança máxima.
Segundo o Senappen, também estão sendo construídas muralhas nas cinco unidades federais de segurança máxima no país.
Na parte protocolar, o governo decidiu transferir 38 presos para outras unidades. Entre eles, Fernandinho Beira-Mar e outros dois detentos transferidos do Acre para Mossoró com Rogério e Deibson. Todos pertenciam a mesma facção dos fugitivos recapturados nesta quinta-feira.
Além das mudanças estruturais, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, optou ainda por substituir a direção da unidade prisional de Mossoró. A demissão de Humberto Gleydson Fontinele foi anunciada na quinta e oficializada nesta sexta-feira em Diário Oficial.
Para evitar que um novo episódio do tipo aconteça em Mossoró, os policiais penais da unidade também receberam novos treinamentos de capacitação. Um relatório da Corregedoria-Geral da Senappen, divulgado nesta terça-feira 2, apontou que houve falhas de procedimentos carcerários que contribuíram para a fuga.
Por fim, a Força Penal Nacional ainda mobilizou cerca de 50 profissionais para reforçar a segurança no entorno da unidade por, pelo menos, 60 dias.
A recaptura
A dupla foi encontrada em Marabá, no Pará, cidade a mais de 1,6 mil km de distância de Mossoró. Os dois fugitivos ficaram em silêncio durante o depoimento a PF após a nova prisão.
Os dois fugitivos escaparam da penitenciária no dia 14 de fevereiro, uma Quarta-Feira de Cinzas. Eles conseguiram deixar as celas abrindo uma passagem atrás de uma luminária e deixaram a unidade cortando duas cercas de arame. Segundo as investigações, eles teriam usado ferramentas deixadas por funcionários que realizavam uma obra na penitenciária.
Nos primeiros dias de fuga, Rogério e Deibson invadiram uma casa e fizeram uma família de refém.
Segundo a PF, uma facção criminosa teria ajudado os fugitivos a pagaram 5 mil reais para terem auxilio de um dono de fazenda durante a fuga. Até o momento, 14 pessoas foram presas por envolvimento com os criminosos fugitivos.
Após deixar o Rio Grande do Norte, no dia 18 de março, a dupla usou um barco pesqueiro para chegar em Icapuí, a 202 km de Fortaleza, no Ceará. Eles seguiram em direção à Ilha de Mosqueiro, em Belém do Pará.
Por meio do uso da inteligência das forças de segurança, a PRF começou a fazer o acompanhamento dos criminosos em cidades próximas à fronteira do Pará com o Amazonas.
A comitiva de carros que conduzia os fugitivos foi interceptada. Além da dupla, outros quatro homens que auxiliavam na fuga também foram presos.
Com o grupo, foram apreendidos um fuzil com dois carregadores, dinheiro e oito celulares. O Ministério da Justiça afirmou que os fugitivos queriam ir para o exterior.