Essa é uma das maiores repatriações de corpos de soldados ucranianos mortos desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
Por Redação, com CartaCapital – de Moscou
As autoridades ucranianas anunciaram, nesta sexta-feira, que a Rússia entregou os corpos de 563 soldados, mortos na guerra que travam os dois países, sem revelar se era uma troca.
Cerca de “320 corpos de defensores mortos no setor de Donetsk e 89 soldados mortos no setor de Bakhmut foram repatriados. Também conseguimos repatriar 154 corpos de necrotérios na Rússia”, disse a organização de coordenação ucraniana para prisioneiros de guerra.
De acordo com a fonte, a operação foi possível, em parte, graças à cooperação entre os serviços de emergência ucranianos, o Exército, o Ministério do Interior, o comissário parlamentar de Direitos Humanos e a comissão de pessoas desaparecidas.
Essa é uma das maiores repatriações de corpos de soldados ucranianos mortos desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
Nem a Rússia nem a Ucrânia informam o número de perdas militares, mas a imprensa e os analistas estimam o número em várias dezenas de milhares, até mesmo centenas de milhares de mortos em mais de dois anos e meio de guerra.
Otan alerta sobre ‘ameaça’ norte-coreana para manter Trump ao lado da Ucrânia
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, alertou na quinta-feira sobre a “ameaça” de uma presença norte-coreana na Rússia, em uma primeira tentativa de convencer Donald Trump a manter o apoio dos EUA à Ucrânia.
O retorno de Trump à Casa Branca levou as capitais europeias a considerar se ele poderia decidir limitar o apoio dos EUA à Ucrânia.
No entanto, os membros da Otan estão determinados a apoiar a ex-república soviética de todas as formas necessárias, considerando o resultado da guerra como crucial para a aliança transatlântica.
Ao chegar na quinta-feira a uma cúpula da Comunidade Política Europeia (CPE) em Budapeste, Hungria, Rutte procurou convencer Trump da importância de manter o apoio à Ucrânia.
Para isso, ele afirmou que a presença de soldados norte-coreanos na Rússia representa uma ameaça para os Estados Unidos.
Segundo Rutte, a Rússia está transferindo “tecnologia para a Coreia do Norte, que agora ameaça o futuro, o território continental dos Estados Unidos, Europa continental, e também nossos parceiros no Indo-Pacífico”.
– Espero me sentar com o presidente Trump e analisar como podemos garantir coletivamente que vamos enfrentar esta ameaça e manter a nossa parte do mundo segura – disse Rutte em Budapeste.
Os países ocidentais afirmam que a Coreia do Norte abastece a Rússia com projéteis de artilharia e mísseis.
Além disso, com base em informações dos serviços de inteligência sul-coreanos, eles afirmam que Pyongyang já tem cerca de 10 mil soldados na Rússia.
Durante sua campanha eleitoral, Trump sugeriu que poderia interromper a ajuda dos EUA à Ucrânia, que já chega a dezenas de bilhões de dólares.
Resolver a guerra em um dia
Ele até prometeu que pode resolver o conflito em menos de 24 horas.
Embora muitos tenham reagido com escárnio à esta promessa, a perspectiva de Washington cortar sua ajuda é motivo de preocupação.
Dessa forma, os líderes europeus consideram prioritário convencer Trump a manter a ajuda, especialmente com o avanço constante das tropas russas no terreno.
Até o momento, os EUA contribuíram com cerca de US$ 90 bilhões (R$ 518 bilhões) para a Ucrânia, enquanto os países europeus forneceram outros US$ 125 bilhões (R$ 720 bilhões).
Além dessas somas astronômicas, os Estados Unidos também contribuíram com um pacote substancial de armas sofisticadas.
No entanto, na quinta-feira, durante a cúpula da CPE, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pareceu descartar um possível acordo para acabar com a guerra se seu país concordar em fazer algumas concessões.
– Alguns de vocês defenderam que a Ucrânia deveria fazer concessões a [Vladimir] Putin. Isso é inaceitável para a Ucrânia e seria um suicídio para toda a Europa – disse ele.
– A Ucrânia merece nosso apoio. Não importa se somos os Estados Unidos ou a Europa, porque ela foi brutalmente atacada – comentou o presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda.
O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, disse que se os EUA “decidirem mudar, isso não significa que nós tenhamos que mudar”.