Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Morde e assopra, Bolsonaro concorda com Guedes, após incentivar votações na Câmara

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Quinta, 07 de Maio de 2020 às 12:42, por: CdB

Na noite passada, o presidente havia autorizado a bancada governista a votar pelas exceções, de acordo com o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO); contra a posição do ministro do Economia, Paulo Guedes, obviamente.

Por Redação - de Brasília
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta quinta-feira, que pretende vetar parte do projeto de auxílio aos Estados aprovado pela Congresso que autoriza o reajuste de salário para algumas categorias de servidores nos próximos dois anos. A decisão anunciada é frontalmente adversa à posição defendida, no Congresso, por parlamentares aliados ao governo.
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Guedes é contrário ao reajuste dos salários de servidores públicos, por um período de um ano e meio
— Eu sigo a cartilha de Paulo Guedes na economia e de maneira que se ele acha que deve ser vetado esse dispositivo, assim será feito — disse Bolsonaro ao sair de uma audiência-surpresa com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, ao qual foi com Guedes e com empresários que recebeu no Planalto.

Veto

Na noite passada, o presidente havia autorizado a bancada governista a votar pelas exceções, de acordo com o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO); contra a posição do ministro do Economia, Paulo Guedes, obviamente. — Algumas medidas minhas podem desagradar. Mas nessa área o Paulo Guedes é o senhor da razão. Se essa é a orientação dele, assim será feito — disse Bolsonaro, a jornalistas, nesta manhã. Guedes confirmou, logo em seguida, que pediu ao presidente o veto ao trecho do projeto de lei de auxílio a Estados e municípios que permite aumento salarial a categorias do funcionalismo público.

Categorias

O ministro acrescentou que a contribuição solicitada pelo governo aos servidores durante a crise do coronavírus é apenas que não tenham aumento por um ano e meio, num quadro que será duro para os trabalhadores da iniciativa privada. O projeto terminou de ser apreciado na véspera pelo Senado. Além dos profissionais de saúde, de segurança pública e das Forças Armadas, ficaram de fora do congelamento os trabalhadores da educação pública, servidores de carreiras periciais, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, guardas municipais, agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, de serviços funerários e de assistência social. — Nós pedimos que (o presidente) vete o aumento de salários até dezembro do ano que vem. Agora, há sempre manobras, empurra para cá, empurra para lá, manobra normal da democracia. Não estou reclamando em nada do processo democrático. Eu apenas pedi ao presidente que resolva com as ferramentas que ele tem, de vetar esse aumento, caso ele venha — acrescentou o ministro. Dados oficiais asseguram que, atualmente, são mais de 5,5 milhões de trabalhadores que tiveram o salário reduzido ou o contrato suspenso por causa da crise provocada pela pandemia. A expectativa é que 73% dos empregados formais sejam atingidos com uma das duas modalidades. Outros 50 milhões de pessoas já receberam o auxílio emergencial de R$ 600 pago pelo governo a desempregados e informais.
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