Os ministros de Exteriores da UE defenderão maior rapidez na transferência do poder no Iraque e lançarão uma clara mensagem a Israel para que mude de atitude em sua reunião desta segunda-feira e na terça-feira em Bruxelas.
No marco do Conselho de Assuntos Gerais e Relações Exteriores da UE, os chefes da diplomacia européia manterão um encontro com o secretário de Estado americano, Colin Powell, no qual lhe transmitirão seu compromisso em acelerar a transferência de poder aos iraquianos.
Fontes comunitárias explicaram que a difícil situação gerada pela insegurança crescente no Iraque será o assunto central do encontro com Powell, previsto para terça-feira, e da discussão que manterão na véspera, nesta segunda-feira, durante o almoço.
Também conversarão sobre a situação no Irã, Afeganistão, Oriente Médio e nos Bálcãs, e a cooperação na luta contra o terrorismo, e de um relançamento das relações transatlânticas depois das disputas em torno da guerra contra o Iraque.
Os ministros consensuarão um texto de conclusões sobre o Iraque no qual mostrarão sua forte condenação aos últimos ataques terroristas ocorridos no país. Nesse documento, disseram as fontes, abordarão também a reconstrução do Iraque, reiterarão a necessidade de que a ONU assuma um papel mais importante na mesma e farão balanço da conferência de doadores de Madri. Outra das questões mais importantes de sua apertada agenda será a situação no Oriente Médio e a preparação do quarto Conselho de Associação com Israel, previsto para terça-feira.
Os ministros aprovarão um texto comum no qual refletirão sua grande preocupação com a atitude das autoridades israelenses com relação ao muro de segurança que estão construindo em território palestino e ao boicote que impuseram ao enviado especial da UE na região, Marc Otte.
Em uma linguagem "muito clara", segundo a fontes, a UE instará a Israel que mude de atitude tendo em conta que o traçado previsto do muro pode tornar impossível a solução de dois estados prevista pelo "Mapa de Caminho" elaborado pelo Quarteto (EUA, UE, ONU, e Rússia), já que implica a separação de famílias e o confisco de terras.