A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, alertou que no setor de extração mineral convivem, de um lado, a concentração de grandes empresas, e de outro, os pequenos empreendimentos, grande parte deles na informalidade, "o que leva muitas vezes a situações de conflito social, como o caso dos garimpeiros".
Durante o painel que discutiu "Commodities, Diminuição da Pobreza e Desenvolvimento Sustentável" na reunião da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad XI), na noite desta terça-feira, a ministra acrescentou que "essa informalidade é responsável por uma grande perda na renda das populações que vivem de produtos minerais".
O Brasil, como muitos países, exporta basicamente produtos primários e semifaturados, segundo Rousseff, o que "implica um grau de agregação de valor bastante baixo, portanto uma diminuição na capacidade de gerar emprego e renda". O minério, disse, está entre as commodities que apresentaram um crescimento significativo nas exportações brasileiras, por conta de novos compradores no mercado internacional.
A ministra alertou ainda para a necessidade de modernização do setor de extração e de aumento no grau de diversificação da produção mineral brasileira, além do desenvolvimento de uma política de incentivo à agregação de valor em território nacional. E citou a produção do biodiesel a partir da mamona como um bom exemplo de ação no combate à pobreza.
- A mamona pode ser plantada em áreas com pouca chuva, como a região do semi-árido nordestino, servindo para a produção de commodities e como uma política de inclusão social, já que pode ser cultivada por pequenos agricultures em propriedades familiares ou em assentamentos decorrentes de políticas de repartição da terra - completou.