O oficial da Marinha Militar da Itália Walter Biot, acusado de espionagem para a Rússia, ficou em silêncio durante a audiência para confirmação de sua prisão preventiva, realizada nesta quinta-feira, em Roma.
Por Redação, com ANSA - de Roma
O oficial da Marinha Militar da Itália Walter Biot, acusado de espionagem para a Rússia, ficou em silêncio durante a audiência para confirmação de sua prisão preventiva, realizada nesta quinta-feira, em Roma.
Walter Biot foi preso em flagrante em Roma
Biot, capitão de fragata de 55 anos, foi detido em flagrante na terça-feira, enquanto tentava vender documentos militares sigilosos para um oficial das Forças Armadas russas por 5 mil euros em dinheiro vivo. O oficial foi interrogado por um juiz de inquérito preliminar, mas se valeu do direito de não responder.
– Estou transtornado e desorientado, mas pronto a esclarecer minha posição – disse Biot na audiência. Segundo seu advogado, Roberto De Vita, o militar precisa de tempo para "organizar as ideias" antes de responder aos questionamentos.
Poucas horas após a prisão de Biot, a Itália determinou a expulsão de dois funcionários da Embaixada da Rússia em Roma, Alexey Nemudrov e Dmitri Ostroukhov, este último seria o oficial detido em flagrante com Biot. Já o ministro italiano das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, definiu a tentativa de espionagem como "ato hostil".
Documentos sigilosos
Segundo os investigadores, o oficial da Marinha tentou vender documentos sigilosos de natureza militar, incluindo informações sobre sistemas de telecomunicações. Biot teria obtido esses arquivos por trabalhar diretamente no Estado Maior da Defesa.
Em entrevista ao jornal Corriere della Sera, a esposa do militar, Claudia Carbonara, afirmou que seu marido "não queria foder o país". "Ele deu aos russos o mínimo que podia dar, nada de comprometedor. Porque ele não é um estúpido, um irresponsável, mas estava desesperado pelo nosso futuro e de nossos filhos", declarou.
Carbonara disse que Biot, que ganha cerca de 3 mil euros por mês, estava preocupado com as despesas de uma família de "quatro filhos, quatro cães" e um financiamento imobiliário de 1,2 mil euros por mês. "Não estávamos conseguindo dar conta", justificou.
