A pesquisa mostra, ainda, que muitas MPEs já adotam medidas sustentáveis, com 56% implementando ações contra o desperdício e 50% realizando reciclagem. Outras práticas incluem o uso de embalagens sustentáveis (39%) e a seleção de fornecedores com foco na sustentabilidade (31%).
Por Redação, com ACS/EMF – de São Paulo
Uma pesquisa realizada pelo fundo de investimento Estímulo, em colaboração com a consultoria Roda Ambiental e divulgada nesta sexta-feira, revelou que cerca de 70% das micro e pequenas empresas (MPEs) no Brasil estão dispostas a investir em práticas mais sustentáveis para suas operações. O estudo, realizado junto a 530 empresas, destacou as principais barreiras enfrentadas por essas MPEs na adoção de estratégias para o meio ambiente, a questão social e a governança (ESG, na sigla em inglês), como a falta de crédito específico, desconhecimento sobre o tema e dificuldades em encontrar soluções adequadas.
A pesquisa mostra, ainda, que muitas MPEs já adotam medidas sustentáveis, com 56% implementando ações contra o desperdício e 50% realizando reciclagem. Outras práticas incluem o uso de embalagens sustentáveis (39%) e a seleção de fornecedores com foco na sustentabilidade (31%). Apesar disso, 18% das empresas ainda não tomaram nenhuma medida sustentável, evidenciando uma lacuna a ser preenchida.
Tendência
Entre as ações sustentáveis que as empresas desejam adotar no futuro, o uso de energia renovável foi o mais citado, com 45% das MPEs manifestando interesse nessa área. Esse dado sugere uma tendência crescente para a sustentabilidade, embora ainda haja um caminho a percorrer para que todas as MPEs integrem plenamente as práticas ESG em seus negócios, segundo análise do gerente de Inovação e Comunidade para a América Latina na Fundação Ellen MacArthur (EMF), Gustavo Alves.
A pesquisa reforça a percepção de que as empresas estão cada vez mais cientes da sua responsabilidade e do seu poder em ter uma contribuição ambiental positiva. Além disso, entendem que atender a critérios ESG também as tornam empresas mais valiosas perante os consumidores e investidores. Nesse sentido, o modelo de economia circular oferece uma proposta que atende tanto às necessidades de redução de impacto ambiental quanto de retorno financeiro.
“Nossas pesquisas têm mostrado que aplicar os princípios da economia circular – eliminar resíduos e poluição, circular produtos e materiais e regenerar a natureza – desde o design de produtos e modelos de negócio ajudam a resolver problemas globais como as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade e trazem maior resiliência e redução de custos para as empresas. Além disso, uma análise da Universidade Bocconi, que examinou mais de 200 empresas europeias em 14 setores, revelou que quanto maior a circularidade de uma empresa, menor o risco de inadimplência e maiores os retornos ajustados ao risco de suas ações”, resumiu Alves.