O mundo, após a queda do Muro de Berlim, mudou com rapidez, a passos largos. Temos constatado que todas as promessas de sucesso, de crescimento, de desenvolvimento, enfim, de liberdade, não foram cumpridas, não se concretizaram. “Qualquer déspota pode obrigar seus escravos a cantar hinos à liberdade” (Mário Moreno, 8/12/1810).
Por Valdir Izidoro Silveira – de Brasília
Durante muitos anos, mais de quatro décadas, os governos exploradores do ocidente fizeram sua propaganda anti-comunista contra o chamado Muro da Vergonha, que separava a República Democrática Alemã (RDA), conhecida como Alemanha Oriental-comunista, da República Federal Alemã (RFA), também denominada de Alemanha Ocidental-capitalista.
O mundo, após a queda do Muro de Berlim, mudou com rapidez, a passos largos. Temos constatado que todas as promessas de sucesso, de crescimento, de desenvolvimento, enfim, de liberdade, não foram cumpridas, não se concretizaram. O que temos presenciado pelo planeta afora são situações críticas de calamidades extremas, como fome, miséria, desemprego e desilusão dos povos que foram enganados e ludibriados pela propaganda mentirosa do Pentágono via CIA, FBI e seus aliados.
A grande mídia serviçal preparou psicologicamente as pessoas para aplaudirem a escalada de ameaças, de agressões que o império norte-americano e seus lacaios perpetraram contra o povo iraquiano e afegão. Agora estão montando o cenário contra a Venezuela de Hugo Chávez. Por outro lado, essa mesma mídia cala e fica genuflexa quando os E.U.A., num flagrante desrespeito à soberania da América Latina, instala uma base militar no Paraguai.
Outros muros das vergonhas
Para a prática da dominação, o império instala bases militares e para se isolarem, para se esconderem das populações, dos jovens e das crianças, aos quais tantos males causam, hoje eles erguem os outros muros das vergonhas. Sim! Os outros muros das vergonhas. Eles, os poderosos trambiqueiros, não querem ser incomodados pelos protestos contra suas infâmias. Por isso se enjaulam!
Na fronteira com o México, ergueram um muro de 3.140 Km, 19 vezes mais extenso que o ex Muro de Berlim que tinha 162 Km (Fonte: Revista Caros Amigos – Especial nº 2/Maio 1968).
Esse outro muro da vergonha foi construído para impedir o ingresso dos mexicanos no território dos Estados Unidos. Diariamente, os mexicanos que tentam ingressar no território americano são presos e assassinados. Em Tijuana, no México, milhares de cruzes estão pregadas no muro identificando as pessoas que foram assassinadas ao tentarem ultrapassá-lo. A grande imprensa nacional e internacional, que se diz democrática e livre e que por anos a fio deitou e rolou contra o Muro de Berlim, agora não publica uma linha sobre esses assassinatos.
Falando francamente… O outro Muro da Vergonha, construído na fronteira México/E.U.A. diz tudo: a mídia tendenciosa, o governo dos E.U.A. e seus lacaios são mentirosos, autoritários e assassinos, enfim, são uns sem-vergonhas!
Valdir Izidoro Silveira, é engenheiro, especialista em Biologia do Solo e Mestre em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
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