A posição mexicana é a mesma adotada em 2019, quando o país ofereceu asilo ao ex-mandatário boliviano Evo Morales. Só que no caso de Bogotá, o então presidente havia sofrido um golpe de Estado, não tentado aplicar um, como ocorreu ontem com Castillo.
Por Redação, com ANSA - da Cidade do México
O governo do México está disposto a dar asilo ao ex-presidente do Peru Pedro Castillo caso o político faça a solicitação, disse o ministro das Relações Exteriores do país, Marcelo Ebrard, na noite de quarta-feira.
– Mas, até o momento, não há pedidos nesse sentido – disse Ebrard à emissora Televisa e à rádio Fórmula.
A posição mexicana é a mesma adotada em 2019, quando o país ofereceu asilo ao ex-mandatário boliviano Evo Morales. Só que no caso de Bogotá, o então presidente havia sofrido um golpe de Estado, não tentado aplicar um, como ocorreu ontem com Castillo.
O então presidente peruano, que ficou apenas 16 meses no poder, anunciou nesta quarta o fechamento do Congresso nacional e um Estado de exceção. Horas depois, Castillo foi destituído do cargo e preso pelas autoridades locais.
Para seu lugar, foi empossada sua vice, Dina Boluarte, a primeira mulher a comandar o país. O Peru é uma nação que vive uma intensa crise política há mais de duas décadas e renúncias e impeachments tornaram-se normais.
Desde 2018, por exemplo, houve cinco diferentes presidentes no país - seja de esquerda ou direita, e praticamente todos os chefes de Estado ainda vivos dos últimos 20 anos estão presos por crimes cometidos durante seus mandatos.
Nesta quinta-feira, a Procuradoria-Geral do país anunciou um procedimento preliminar contra o ex-chefe de Estado por possíveis crimes de rebelião e associação para crimes contra os poderes do Estado e a ordem Constitucional.
ONU se manifesta
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, se manifestou sobre a nova crise peruana e pediu que todos os setores da política local tenham calma.
"O secretário-geral expressa sua preocupação sobre a situação política no Peru. A ONU condena qualquer tentativa de subverter a ordem democrática (…) e convida a todos a respeitarem o Estado Democrático de Direito assim como permanecer calmos e evitar inflamar as tensões", diz uma nota do órgão.
Já o embaixadores da União Europeia que atuam em Lima emitiram uma nota em que "rechaçam qualquer tipo de ação que vá contra a Constituição e o Estado de direito" e que apoiam "a solução política, democrática e pacífica adotada pelas instituições do Peru" após a tentativa de golpe.
"Fazemos um chamado a todas as partes interessadas peruanas para um diálogo que assegure a estabilidade no marco constitucional", diz ainda a nota.