Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Medidas preventivas são pouco adotadas por crianças, diz estudo

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Sexta, 16 de Julho de 2021 às 11:24, por: CdB

Menos da metade das crianças com idade entre 7 e 11 anos que vivem em comunidades vulneráveis e estão matriculadas na rede pública de ensino disseram adotar quatro das principais medidas preventivas à covid-19.

Por Redação, com ABr - de Brasília

Menos da metade das crianças com idade entre 7 e 11 anos que vivem em comunidades vulneráveis e estão matriculadas na rede pública de ensino disseram adotar quatro das principais medidas preventivas à covid-19. A constatação é da pesquisa A Voz dos Alunos, divulgada nesta sexta-feira pela organização não governamental (ONG) Visão Mundial em nove Estados e 15 municípios.
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Apenas 40% disseram adotar as medidas de proteção contra covid-19
O levantamento, feito entre março e abril deste ano, aponta também que 8% das crianças ouvidas dizem conviver com conflitos familiares, e que isso prejudica os estudos. A maior incidência dos problemas foi observada entre crianças negras. Com relação à adoção das quatro medidas de prevenção citadas na pesquisa, aplicação de distanciamento social, uso de máscara, utilização de álcool gel e utilização de produtos de limpeza, apenas 40% relataram adotá-las. Outras 28% declararam adotar apenas uma das medidas de prevenção. A ONG explica que, “diante de toda essa crise imposta pela pandemia, as crianças ainda não haviam sido ouvidas, apesar de serem prejudicadas de distintas formas”, e que, por esse motivo, é preciso escutar esse grupo, a fim de melhor entender quais foram as ferramentas encontradas por elas para superarem esse momento, como se sentem longe da escola e como seu tempo é ocupado durante esse período. – Escutá-las nos dará uma dimensão sobre o impacto da pandemia e ajudará os governos a elaborarem as estratégias necessárias para apoiá-las – avalia o coordenador de Advocacy da Visão Mundial, Reginaldo Silva. De acordo com a organização, 688 crianças foram ouvidas. Com relação às dificuldades enfrentadas por elas durante a pandemia, cerca de 58% relataram que têm dificuldade de acessar a internet para assistir às aulas, e 34% disseram enfrentar problemas com relação a materiais escolares. Sobre o retorno às aulas presenciais, 45% delas disseram ter preocupações com o risco de serem contaminadas pelo novo coronavírus, bem como em não conseguir acompanhar os conteúdos apresentados pela escola. “Dentre as crianças ouvidas, cerca de 60% relataram que necessitam do apoio da escola para proteção pessoal contra uma possível contaminação com o vírus e necessitam de materiais escolares para uso diário”, aponta o levantamento. Outro dado preocupante é o pouco acesso que as famílias têm a produtos de limpeza e higiene.

Subsídios

Diante desse cenário, e visando a um futuro melhor para essas crianças, a ONG ressalta a necessidade de mais investimentos na educação, além de canais que possibilitem dar voz a esse público, para que se manifeste. Segundo de Advocacy da ONG Visão Mundial, Reginaldo Silva, é preciso “criar ferramentas que deem subsídios para que elas [as crianças] possam assumir protagonismo na transformação das suas realidades e de suas comunidades”. – Esse processo começa escutando cada uma delas e garantindo que as mesmas tenham acesso à educação de qualidade – complementa o coordenador da Visão Mundial. “O estudo mostra que professores e professoras estão trabalhando bastante na pandemia e que a maioria das crianças recebeu acompanhamento durante as aulas remotas, apesar de todas as dificuldades. Mesmo com toda essa dedicação, nossa recomendação é que professoras e professores intensifiquem o acompanhamento das crianças, para buscar garantir que não aumente a evasão escolar e para que as crianças voltem a se reconhecerem dentro ambiente da escola. É urgente garantir condições de saúde, segurança e de prevenção contra o coronavírus, e isso inclui a disponibilização de itens de higiene e limpeza, o distanciamento social e o uso adequado de máscaras.” O levantamento foi feito nas seguintes cidades: Anori (AM), Boa Vista, Camaçari (BA), Caraúbas (RN), Contagem (MG), Fortaleza, Jaboatão dos Guararapes (PE), Manacapuru (AM), Manaus, Nova Iguaçu (RJ), Olinda (PE), Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís.
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