A convite do Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso, o coordenador da Educação Escolar Indígena do Ministério da Educação, Kleber Gesteira, participará nos dias 14 e 15, em Barra do Bugres (MT), do processo de avaliação do curso de licenciatura para professores indígenas oferecido pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).
A avaliação faz parte do processo de regularização do curso, que é de responsabilidade do Conselho. Além de Kleber Gesteira, também foram convidados professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Nesse processo, explica Kleber, serão avaliadas a proposta político-pedagógica do curso, a infra-estrutura da universidade e a formação dos docentes, entre outros intens. Seguem o curso 200 professores indígenas de 36 etnias, moradores de 13 estados brasileiros.
O 3º grau indígena em Mato Grosso começou em 2002 e se estrutura em duas etapas: uma de formação geral, com duração de quatro anos, e a outra de formação específica, que dura um ano. Como toda a formação ocorre em serviço, nos meses de janeiro efevereiro, e de julho e agosto, os professores têm aulas no campus da Unemat no município de Barra do Bugres.
Nos períodos letivos, vão para as aldeias lecionar, sendo acompanhados por docentes, técnicos e assessores, e desenvolvem projetos de pesquisa e produção de material didático.
Outros cursos
Além da Unemat, a Universidade Federal de Roraima (UFRR) iniciou, no 2º semestre de 2003, um curso de licenciatura para as três etnias indígenas que habitam o estado. O curso presencial e a distância tem 60 alunos macuxi, uapixana e ingaricó. O curso de licenciatura habilita os professores indígenas a lecionar da 5ª à 8ª séries do ensino fundamental e no ensino médio.
E o estado de Mato Grosso do Sul desenvolve, desde 2001, um curso de magistério superior indígena para 40 professores da etnia terena. O magistério superior habilita os professores a trabalhar com educação infantil e de 1ª a 4ª série do ensino fundamental.
Demandas
Na avaliação de Kleber Gesteira, apesar destas três propostas em desenvolvimento, existe uma grande demanda por formação superior indígena.Atualmente, 2.400 professores indígenas já concluíram o ensino médio e esperam formação de 3º grau, além de outros 1.700 em final da formação em nível médio.
Para atender a essas demandas, 11 universidades estão trabalhando propostas de cursos. As universidades federais do Espírito Santo e de Pernambuco já têm projetos prontos; as universidades federais do Acre, do Amapá, de Minas Gerais, do Paraná e do Amazonas, além da USP, que é estadual, estão montando projetos.
Em Mato Grosso do Sul está sendo formado um consórcio entre a Universidade Católica Dom Bosco, a Universidade Estadual e a UFMS para oferecer formação superior indígena.