Os investigadores do caso são da Polícia Federal (PF) em São Paulo e ouvirão o militar de dentro da cela em que ele permanece preso no Quartel-General do Exército, em Brasília. O suspeito foi acompanhado por dois advogados. A oitiva estava marcada para o dia 3 de maio, mas a PF prendeu o coronel naquela madrugada em outra investigação.
14h02 - de Brasília
Ex-ajudante de ordens do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid foi ouvido novamente, na tarde desta segunda-feira, no âmbito do inquérito que investiga a entrada de joias não declaradas da Arábia Saudita, no Brasil. O depoimento ocorreu por videoconferência.
Os investigadores do caso são da Polícia Federal (PF) em São Paulo e ouvirão o militar de dentro da cela em que ele permanece preso no Quartel-General do Exército, em Brasília. O suspeito foi acompanhado por dois advogados. A oitiva estava marcada para o dia 3 de maio, mas a PF prendeu o coronel naquela madrugada em outra investigação, a de supostas fraudes em cartões de vacina.
Braço direito
Em 5 de abril, no primeiro depoimento, o militar declarou à Polícia Federal que buscar presentes recebidos pelo então presidente era algo “normal”, “corriqueiro”, na ajudância de ordens da Presidência. Segundo fontes a par da investigação, ouvidas pelo canal norte-americano de TV CNN, ele afirmou, ainda, que Bolsonaro teria pedido a ele para “verificar” a situação das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões apreendidas na alfândega e incorporar ao acervo da Presidência.
Aquele depoimento de Mauro Cid é considerado fundamental para o inquérito da PF que investiga a entrada ilegal no Brasil das joias presenteadas pelo governo saudita. O militar, à época, era o braço direito de Bolsonaro e cumpria ordens diretas. A PF quer saber, nesse inquérito sigiloso, se o então presidente agiu para reaver o pacote retido pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP).
A Receita reteve as joias em 26 de outubro de 2021.