Dois manifestantes pacifistas burlaram um forte esquema de segurança e escalaram a torre do Big Ben, o famoso relógio do Parlamento britânico, enquanto milhares de pessoas protestavam em Londres no primeiro aniversário da invasão do Iraque, neste sábado.
O par estendeu uma faixa onde se lia "Tempo da Verdade", 100 metros acima da capital britânica. Eles foram detidos, acusados de causar danos criminosos.
"Queremos mandar uma mensagem clara para (o primeiro-ministro) Tony Blair de que nós e o povo britânico estamos cansados de meias-verdades e evasivas sobre o Iraque", afirmou Stephen Tindale, diretor-executivo do Greenpeace, que organizou o protesto.
Os manifestantes pularam duas cercas na base da torre, passando por um dos mais fortes esquemas de segurança da Grã-Bretanha. Policiais armados guardam o Parlamento, e blocos de concreto ao redor do edifício têm por objetivo evitar carros-bomba. A Grã-Bretanha está em estado de alerta após o atentado que matou 202 pessoas em Madri.
"Eles serão interrogados sobre como conseguiram ultrapassar a cerca e subir na torre", afirmou um porta-voz da Scotland Yard.
Milhares de pessoas saíram às ruas de Londres numa passeata pela paz. Essa foi uma das várias manifestações que acontecem na Ásia, Europa e nos Estados Unidos contra a guerra liderada pelos EUA, com o apoio da Grã-Bretanha, para derrubar Saddam Hussein, e contra a ocupação no Iraque, marcada pela resistência das guerrilhas.
Em Londres, os manifestantes carregavam pôsteres de "Procurado" com os rostos de Blair e do presidente dos EUA, George W. Bush. Em outros cartazes, lia-se "Faça chá, não guerra."
Pessoas vestidas como inspetores de armas levavam infláveis imitando mísseis nucleares para lembrar que nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada no Iraque. Centenas de balões negros devem ser soltos em memória dos mortos no Iraque e em Madri.
"Não queremos mais mentiras ou guerras", afirmou Ruth Tanner, porta-voz dos organizadores da passeata, o grupo Campanha pelo Desarmamento Nuclear.
O grupo afirmou que 100 mil pessoas deveriam participar do protesto. Uma fonte da polícia estimou os manifestantes em 30 mil.