O ex-prefeito Paulo Maluf disse hoje que, por meio do indiciamento na Polícia Federal (PF), poderá se defender das acusações de sonegação fiscal, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, peculato e formação de quadrilha. "Dou graças a Deus pelo indiciamento. Agora que há um inquérito, eu poderei ver as peças de acusação e poderei me defender", afirmou Maluf.
Candidato derrotado do PP à Prefeitura de São Paulo, Maluf se referia ao indiciamento na PF, anunciado na terça-feira. O inquérito faz parte da operação da PF que investiga remessas de dinheiro não declaradas para a Suíça e a Ilha de Jersey.
Hoje, o ex-prefeito prestou esclarecimentos no Ministério Público Estadual (MPE) sobre fitas gravadas de conversas entre o ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Armando Mellão, e o vereador Brasil Vita (PP). Nas fitas, Brasil Vita teria falado em nome de Maluf, que estaria disposto a oferecer R$ 200 mil a Mellão para que ele dissesse que recebeu dinheiro de José Serra, de modo a incriminar Maluf em irregularidades nas obras do Túnel Ayrton Senna e da Avenida das Águas Espraiadas.
O promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro disse aos jornalistas que Vita e Maluf "negaram qualquer participação nos fatos". Segundo o promotor, Vita assumiu os diálogos com Mellão, mas negou que tenha feito proposta de propina. De acordo com o promotor, Brasil Vita disse que estaria "dando corda para ver até onde iria o Mellão" e que Maluf não tinha conhecimento dessas conversas. O Ministério Público Estadual investiga suposta corrupção de testemunha.
Após o depoimento no Ministério Público Estadual, que durou cerca de uma hora e meia, Paulo Maluf disse que deve anunciar sexta-feira quem vai apoiar no segundo turno nas eleições à prefeitura de São Paulo
Maluf diz que, com indiciamento, poderá se defender de acusações
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Quarta, 13 de Outubro de 2004 às 17:54, por: CdB