Rio de Janeiro, 14 de Junho de 2025

Maduro consolida poder com maioria nas eleições legislativas

A coligação de Maduro obteve 82,68% dos votos nas listas nacionais para as eleições legislativas, enquanto é aguardada a contagem dos resultados para cada círculo eleitoral, informou o CNE.

Segunda, 26 de Maio de 2025 às 10:10, por: CdB

A coligação de Maduro obteve 82,68% dos votos nas listas nacionais para as eleições legislativas, enquanto é aguardada a contagem dos resultados para cada círculo eleitoral, informou o CNE.

Por Redação, com Lusa – de Caracas

O partido do presidente venezuelano, Nicolas Maduro, obteve no domingo vitória esmagadora nas eleições legislativas e regionais, que ficaram marcadas pela detenção de 70 pessoas e pelo boicote da maioria da oposição.

Maduro consolida poder com maioria nas eleições legislativas | PSUV ganhou 23 dos 24 cargos de governador
PSUV ganhou 23 dos 24 cargos de governador

De acordo com os números oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) divulgados no final da tarde de domingo, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) ganhou 23 dos 24 cargos de governador, deixando apenas o estado de Cojedes, no centro-oeste, para a oposição.

A coligação de Maduro obteve 82,68% dos votos nas listas nacionais para as eleições legislativas, enquanto é aguardada a contagem dos resultados para cada círculo eleitoral, informou o CNE.

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A afluência às urnas, segundo o CNE, foi de pouco mais de 42%, mas a oposição contesta essa participação.

Entre as 70 pessoas detidas antes da votação , está Juan Pablo Guanipa, um dirigente da oposição próximo da líder Maria Corina Machado, detido na sexta-feira e acusado de pertencer a uma “rede terrorista” que procurava “sabotar” as eleições.

Mais de 400 mil integrantes das forças de segurança foram destacados para as várias sessões de votação.

Os distúrbios pós-eleitorais que se seguiram às eleições presidenciais de 28 de julho resultaram em 28 mortes e 2,4 mil detenções, das quais 1,9 mil pessoas foram libertadas até agora.

– Esta vitória é a vitória da paz e da estabilidade para toda a Venezuela – exultou Maduro aos apoiadores.

– Hoje, a Revolução Bolivariana mostrou que é mais relevante e mais forte do que nunca. Hoje, demonstrámos a força do chavismo – acrescentou Maduro, ao falar sobre o movimento fundado por Hugo Chavez, do qual é herdeiro.

Trata-se de um “processo importante de participação cidadã”, afirmou Samadi Romero, uma estudante universitária de 32 anos que votou em Nicolas Maduro Guerra, filho do presidente, que encabeçava a lista em Caracas.

– Não vou votar porque votei em 28 de julho e eles roubaram as eleições. É realmente uma farsa – disse Candelaria Rojas Sierra, 78 anos, funcionária pública reformada em San Cristobal, em declarações à agência France-Presse (AFP) quando se dirigia para a missa a fim de “rezar pela Venezuela”.

– O que o mundo viu hoje foi uma declaração silenciosa, mas poderosa, de que o desejo de mudança, dignidade e futuro permanece intacto – escreveu nas redes sociais, a partir do exílio, Edmundo Gonzalez Urrutia, que reclama a vitória nas eleições presidenciais de julho.

Também Maria Corina Machado disse, em vídeo divulgado nas redes sociais durante a noite, que a oposição tinha “desmascarado essa grande farsa” e, tal como no passado, deixou um apelo ao Exército, a pedra angular do poder de Maduro: “O país exige [aos militares] que cumpram o seu dever constitucional e sejam os garantidores da soberania popular, agora é o momento de agir”.

O candidato da oposição Henrique Capriles, que foi eleito na lista nacional, defendeu a sua participação no escrutínio: “O que é melhor? Ter uma voz e lutar na Assembleia Nacional ou, como já fizemos em outras ocasiões, retirarmo-nos do processo eleitoral e deixar a Assembleia inteiramente nas mãos do governo?”, questionou.

Governo venezuelano

O governo venezuelano reviu as fronteiras eleitorais para eleger um governador e oito deputados para Essequibo, região rica em petróleo que Caracas disputa com a Guiana, numa questão que remonta à época colonial.

O representante do governo, almirante Neil Villamizar, foi eleito governador, em votação que decorreu em área de 21 mil eleitores, na fronteira com a Guiana.

Não existem sessões de votação no território de 160 mil quilômetros quadrados administrado por Georgetown. O presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse à AFP na quarta-feira que a eleição de um governador venezuelano para Essequibo é “uma ameaça”.

– Irfaan Ali, presidente da Guiana, mais cedo ou mais tarde, terá de se sentar comigo para discutir e aceitar a soberania venezuelana – afirmou Maduro no domingo, prometendo “recuperar” a região.

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