Domingo, 02 de Dezembro de 2018 às 13:36, por: CdB
Macron e seus ministros combinavam para se reunir mais tarde, neste domingo, para considerar abrir uma emergência para evitar uma recorrência dos protestos.
Por Redação, com agências internacionais - de Paris
O presidente francês, Emmanuel Macron, correu ao Arco do Triunfo neste domingo após um dos monumentos mais reverenciados da França ser vandalizado por manifestantes, com o governo considerando um estado de emergência após o pior período de tumultos em anos.
Mascarados, grupos vestidos de preto percorreram livremente o centro de Paris no sábado, incendiando dezenas de carros e construções, roubando lojas, quebrando janelas e enfrentando a polícia no pior conflito da capital desde 1968, representando o maior desafio que Macron enfrenta em seus 18 meses de Presidência.
Macron e seus ministros combinavam para se reunir mais tarde, neste domingo, para considerar abrir uma emergência para evitar uma recorrência dos protestos. O governo deverá abrir diálogo, mas não mudará sua posição, disse o porta-voz Benjamin Griveaux.
Uma revolta popular contra aumentos no imposto sobre combustíveis e alto custo de vida veio à tona de repente em 17 de novembro e se espalhou rapidamente pelas redes sociais.
Pichações
Manifestantes bloquearam estradas ao redor da França e impediram o acesso a shoppings, fábricas e alguns depósitos de combustíveis.
Em seu retorno da cúpula do G20 na Argentina, Macron visitou imediatamente o Arco do Triunfo, monumento do século 19 que fica sobre a Tumba do Soldado Desconhecido, e avenidas próximas onde carros foram queimados e lojas de luxo saqueadas.
Imagens de televisão mostram o interior do Arco saqueado, uma estátua de Marianne, símbolo da república francesa, destruída, e pichações no lado de fora do monumento que variam de slogans anti-capitalismo a demandas sociais e pedidos pela renúncia de Macron.
Eleições
Emmanuel Macron tem sido alvo também da extrema direita. Marine Le Pen, líder da Frente Nacional e principal figura da ultradireita francesa, e Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubmissa, pedem eleições antecipadas.
Marine Le Pen pediu, em declarações à France 3, “a dissolução da Assembleia Nacional” e a “convocação de novas eleições legislativas” e disse que, tendo em conta a “gravidade desta crise política”, a única forma de “sair por cima” [desta situação] é “voltar às urnas”.
Mélenchon diz que apresentou uma moção de censura para dissolver a Assembleia Nacional e desafia os restantes grupos parlamentares a aderirem à iniciativa.
— Espero que os socialistas apoiam a moção de censura, mas gostaria de contar com o maior número de grupos parlamentares possível — apelou Mélenchon em declarações à BFM TV.
O líder da França Insubmissa admitiu que os partidos à esquerda do En Marche de Macron não estão de acordo em muitas matérias, mas, na questão de censurar o governo, deviam estar unidos. A líder da socialista, Valérie Rabault, disse à agência francesa de notícias France Presse (AFP), na sexta-feira, que iria consultar o seu grupo sobre o assunto.