Lula costuma levar o tempo que considerar necessário para alterar sua equipe de trabalho, ainda quesob pressões externas e internas. No início deste terceiro mandato, o presidente começou a ser pressionado pelo chamado ‘Centrão’ no meio do ano passado para nomear ministros do Republicanos e do PP.
Por Redação - de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de volta ao trabalho nesta quinta-feira, começou a tratar das negociações com aliados e líderes de partidos da base no Congresso para viabilizar, ainda no começo deste segundo ano de mandato, uma reforma ministerial mais ampla. Interlocutores do petista dão como certa a reestruturação e dizem que ele levará em consideração três fatores para reorganizar a Esplanada dos Ministérios: o desempenho de seus subordinados, a participação de alguns deles nas eleições municipais e a possibilidade de ampliar apoios no Parlamento.
Lula costuma levar o tempo que considerar necessário para alterar sua equipe de trabalho, ainda quesob pressões externas e internas. No início deste terceiro mandato, o presidente começou a ser pressionado pelo chamado ‘Centrão’ no meio do ano passado para nomear ministros do Republicanos e do PP. Os nomes de Silvio Costa Filho (Republicanos) para o Ministério dos Portos e Aeroportos e de André Fufuca (PP) para o Esporte, todavia, foram anunciados apenas em 6 de setembro.
Hoffmann
Na nova rodada de alterações na equipe, analistas políticos ouvidos pela mídia conservadora especulam sobre possíveis nomes que poderiam fazer parte do governo. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, por exemplo, é cotada para assumir o Ministério do Desenvolvimento Social no lugar de Wellington Dias ou a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar de Márcio Macêdo.
A saída de Dias tem sido especulada por semanas desde o ano passado, quando o ‘Centrão’ pressionava o presidente para assumir a pasta. Petistas avaliam que ele tem tido dificuldades para promover o combate à fome no debate público, uma das pautas centrais para o partido e o presidente. Mas o ministro demonstrou ter o prestígio de Lula e conseguiu se manter no cargo.
No caso de Márcio Macêdo, setores do PT insistem que ele poderá ser candidato a prefeito de Aracaju e precisará deixar o ministério para concorrer. O ministro, no entanto, negou que disputará a prefeitura da cidade todas as vezes em que foi questionado.
Petrobras
Hoffmann também foi cogitada para a vaga deixada por Flávio Dino, indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF), no Ministério da Justiça. Mas a própria presidente do PT indicou a aliados que não se interessaria pelo cargo. O mais cotado para assumir o posto é o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, também estaria sob o escrutínio do presidente. Ele é criticado dentro do governo há meses. Sua demissão foi especulada na minirreforma ministerial oficializada em setembro de 2023. Prates tem acumulado atritos públicos com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Ambos divergem sobre o que fazer com gás do pré-sal. Já outros ministros mais próximos a Lula, como Rui Costa (Casa Civil), estão descontentes com os preços dos combustíveis. Além disso, atores da área de óleo e gás dizem que o presidente da Petrobras toma decisões sem consultar o setor.