Em um sinal de que se trata de um momento de definições de rumos do governo, o encontro ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, em um momento que se torna mais importante o fortalecimento de laços com os BRICS.
Por Redação – de Brasília
A semana do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) termina, nesta sexta-feira, somente após o encerramento da reunião chamada para o alto escalão do governo. Lula chamou o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB) e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Rui Costa (Casa Civil), para uma agenda estratégica, não revelada ainda ao público.
Além dos ministros mais decisivos, no Planalto, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e o assessor especial Celso Amorim também estiveram presentes. Até a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), que atualmente dirige o Banco do BRICS, participou da reunião por videoconferência, diretamente de seu escritório em Xangai, China, sede da instituição financeira multilateral que gerencia os recursos de fundos do grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Em um sinal de que se trata de um momento de definições de rumos do governo, o encontro ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, em um momento que se torna mais importante o fortalecimento de laços com os BRICS e as demais economias emergentes; além de repensar estratégias para a industrialização e o desenvolvimento econômico do país.
As questões ligadas à moeda internacional e ao impacto do dólar no cenário global são temas caros ao governo, especialmente no contexto das negociações e discussões que ocorreram no âmbito do BRICS e do G20.
Emergentes
A presença de Dilma Rousseff, mesmo que à distância, traz um simbolismo forte para o governo Lula, que busca consolidar uma agenda econômica internacional mais independente, com foco no fortalecimento de alianças estratégicas e alternativas ao sistema financeiro global dominado pelo dólar. A atuação de Dilma à frente do Banco dos BRICS também tem sido vista como um fator importante na tentativa de reequilibrar o jogo econômico mundial em favor das economias emergentes.
Trata-se, segundo observadores do cenário político, de mais um movimento dentro de uma série de articulações que Lula vem desenvolvendo desde que tomou posse no terceiro mandato, na busca de equilibrar a política doméstica com uma estratégia internacional que fortaleça o papel do Brasil no cenário global.
O envolvimento de Dilma Rousseff na condução de discussões sobre o dólar e o papel dos BRICS na economia mundial sinaliza a disposição do governo em repensar algumas estruturas tradicionais e abrir espaço para novas dinâmicas econômicas. Entre elas, a opção por uma moeda diferente do dólar para as transações comerciais entre os membros do BRICS.