Abandonado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que obteve a maioria dos votos no Estado, o projeto foi concluído após 18 meses da atual gestão e é considerado a maior obra de infraestrutura rodoviária do país.
Por Redação, com ABr – de Florianópolis
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta sexta-feira, inaugurou o trecho do Contorno Viário da Grande Florianópolis, em sua primeira visita ao Estado, depois de vencer as últimas eleições. A obra, que liberou pistas duplas, reduz em 1h20m o tempo de travessia do percurso, que abrange nove municípios.
Abandonado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que obteve a maioria dos votos no Estado, o projeto foi concluído após 18 meses da atual gestão e é considerado a maior obra de infraestrutura rodoviária do país.
— Não é fácil governar se você não tiver um projeto definido, e esses meninos (ministros) ajudaram a definir o projeto que garantiu tudo aquilo que a gente quer fazer até o dia 31 de dezembro de 2026, quando termina o mandato. Se a gente não fizesse isso, cada ministro tende a inventar uma obra dele. Se você não tiver um projeto que amarre todo o governo e todo mundo tem que fazer aquilo que está planejado, a coisa não acontece. Por isso, no Brasil muitas vezes entra governo e sai governo e você não vê uma obra realizada. E esse Estado aqui é um exemplo — afirmou Lula, em seu pronunciamento.
Sem jet ski
Lula também pontuou os investimentos de seu governo para a conclusão da obra e criticou Bolsonaro.
— Quem veio dar início à obra, dar ordem de serviço, fui eu como presidente da República. Essa obra começou em 2008, teve vários problemas e eu, graças a Deus, depois de 15 anos fora do governo, estou aqui para dizer que faz apenas 18 meses que a gente está no governo e fez quase que metade desta obra aqui, em uma demonstração de que eu gosto de trabalhar e não gosto de jet ski, não gosto de motociata — alfinetou.
No âmbito econômico, o chefe do Executivo voltou a descartar a possibilidade de desvincular os benefícios da Previdência Social dos aumentos do salário mínimo.
— Estou feliz porque nesses dois anos nós já aumentamos o salário mínimo em 11%, e tem gente que acha que eu não deveria aumentar o mínimo porque atrapalha a Previdência. E eu vou continuar aumentando o mínimo, porque quem ganha o salário mínimo tem que ser respeitado. Por que eu vou tirar o direito do aposentado receber um aumento do salário mínimo? Por que eu vou tirar? — questionou.
Ainda sobre a questão salarial, o presidente reafirmou a necessidade de se repor a inflação, no rendimento dos trabalhadores.
— Nós somos obrigados a repor a inflação, para manter o poder aquisitivo das pessoas. Depois, a gente pega a média do crescimento da economia brasileira de dois anos e dá de aumento. Por que a gente dá isso? Porque se a economia cresceu 3%, não foi o presidente da República que fez ela crescer. Foram vocês que trabalharam, que fizeram a economia crescer. Então esse crescimento tem que ser repartido, para que todo mundo tenha um pedaço desse crescimento. Se não, fica apenas na mão de um ou de meia dúzia. E por isso eu tenho dito: muito dinheiro na mão de poucos significa miséria, pobreza, analfabetismo; agora, pouco dinheiro na mão de muitos significa crescimento econômico, distribuição de renda, emprego, salário, significa melhorar a qualidade de vida das pessoas — resumiu o presidente.