Lula negou, de forma definitiva, a intenção de substituir Nísia e afirmou que ela faz parte de sua cota pessoal na Esplanada. Segundo Lula, a ministra da Saúde não integra o rol de ministros ‘trocáveis’.
Por Redação - de Brasília
Embora pressionado pelas forças da direita, concentradas no chamado ‘Centrão’, para ceder o controle do Ministério da Saúde e diante dos rumores de que a atual ministra, Nísia Trindade, teria o cargo ameaçado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou o lançamento do programa ‘Novo Mais Médicos’, nesta sexta-feira, para definir os rumos da pasta.

Lula negou, de forma definitiva, a intenção de substituir Nísia e afirmou que ela faz parte de sua cota pessoal na Esplanada. Segundo Lula, a ministra da Saúde não integra o rol de ministros ‘trocáveis’.
— Tenho muito orgulho de ter escolhido a Nísia como ministra da Saúde. Nós estamos em um período de entressafra, porque o Congresso está em férias e todo dia eu leio nos jornais a troca de ministros. Eu já troquei todo mundo, só falta eu mesmo me trocar, só falta eu anunciar a minha saída e colocar alguém no meu lugar. Eu vou viajar agora e disse para a Nísia publicamente: tem ministros que não são ‘trocáveis’, tem pessoas e funções que são uma coisa da escolha pessoal do presidente da República. A Nísia não é ministra do Brasil, ela é minha ministra — garantiu Lula.
Orçamento
O presidente reforçou, ainda, seu compromisso em manter uma mulher na chefia da Saúde.
— Eu tive quatro ex-ministros, todos muito bons, a começar do primeiro, Humberto Costa, depois o (José Gomes) Temporão, depois o (Arthur) Chioro, depois o (Alexandre) Padilha. E tinha mais dois, que foram ministros, o Saraiva Felipe, de Minas Gerais, o Agenor (Álvares). E eu fiquei pensando: toda essa gente vai querer voltar a ser ministro, afinal de contas foram ministros, foram provados, então vão querer voltar. Mas o Padilha foi muito digno, porque eu falei: ‘Padilha, olha, acho que precisamos encontrar uma mulher para ser ministra da Saúde’. E ele foi o primeiro a falar para mim: ‘tem uma senhora na Fiocruz que já tive boas informações dela’. Foi o Padilha, que sonhava em voltar a ser ministro da Saúde, que trouxe a Nísia para conversar comigo — lembrou.
Na véspera, em uma referência ao ‘Centrão’, Lula saiu em defesa das emendas parlamentares realizadas pelo Congresso com deputados federais, mas ressaltou que "não pode" haver orçamento secreto.
— Você pode discutir emendas que sejam feitas publicamente, (com) a sociedade sabendo para onde é que vai ser encaminhado aquele recurso, para que projeto vai ser encaminhado aquele recurso. Não tem nenhum problema você fazer isso, o que é grave é quando você passa a ideia de que é secreto. Aí você já cria a tese da suspeição, e nunca é bom você viver sob suspeição — concluiu o presidente.