Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Lula determina que PT paulistano apoie a candidatura de Boulos

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Quarta, 05 de Junho de 2024 às 19:42, por: CdB

A meta para a Câmara Municipal de SP é aumentar o atual número de cadeiras da sigla, mas um entendimento mais realista é o de que é preciso, ao menos, manter as atuais. A federação deve lançar 49 candidatos pelo PT, 5 pelo PV e 2 pelo PC do B.

Por Redação – de São Paulo

Coube ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) arbitrar um conflito entre setores do partido, contrárias e favoráveis ao repasse de recursos do fundo eleitoral para a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura da capital paulista. Lula determinou que a legenda ajude financeiramente a chapa, que tem na vice a petista Marta Suplicy.

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Lula e Boulos tem se mantido unidos nas principais campanhas eleitorais e não é diferente agora

A movimentação contrária à ajuda partiu de pré-candidatos paulistanos a vereador, que reivindicavam uma compensação pelo fato de o PT ter aberto mão de candidatura própria para apoiar Boulos. Todos os atuais nove vereadores tentarão a reeleição em outubro.

 

Esquerda

Na cúpula do PT, houve quem desaconselhasse a contribuição direta para a campanha do PSOL, sob o argumento de que não é uma prática regular do partido, com risco até de embaralhar a prestação de contas junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Aqueles que apoiam o suporte financeiro, por sua vez, lembram a importância da eleição de Boulos para a base de apoio de Lula. Com o envolvimento direto do presidente, a campanha em São Paulo é tratada como fundamental para a esquerda no enfrentamento ao campo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com vistas a 2026.

O debate sobre a divisão de recursos se intensificou nos últimos meses e continua sendo travado em reuniões fechadas do partido, tanto na capital paulista quanto em Brasília.

 

Solução

Setores do PT chegaram a discutir a possibilidade de a legenda deixar de contribuir com o PSOL nos custos da campanha majoritária, mas a discussão foi deixada de lado. Uma das ideias era vetar contribuições a partidos de fora da federação PT-PC do B-PV, o que não prosperou.

Informado sobre resistência dentro de seu partido, Lula conversou diretamente com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e com a tesoureira, Gleide Andrade, em busca de uma solução.

A saída em estudo é a destinação de recursos para a candidatura da vice, valendo-se da cota reservada às mulheres. A legislação obriga os partidos a aplicarem ao menos 30% do fundo eleitoral em candidaturas femininas. O medo, contudo, é que outros aliados passem a cobrar o mesmo tipo de colaboração.

 

Disputa

Boulos, no entanto, prevalece como candidato e o discurso passou a ser o de que a chapa precisa ter “condições de disputa”. Para tanto, deve estar bem posicionada no quesito orçamentário para fazer frente aos aliados do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro.

Apesar das pressões, dirigentes têm acalmado os ânimos dos pré-candidatos lembrando que a campanha em São Paulo é prioritária para o PT e que não faltarão verbas.

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