A reforma política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá sido concluída até esta terça-feira, com um nome de peso social e sem filiação partidária para compor a equipe, assim como a inclusão de quatro membros do PMDB. O nome mais próximo desse perfil é o do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, segundo disse um interlocutor de Lula.
Para chegar a um acordo com o partido, Lula terá de demitir o ministro Olívio Dutra, aumentando para cinco o número de representantes do PT que deixam a equipe. Além de José Dirceu, que se demitiu em junho, já estão certas as saídas de Humberto Costa da Saúde, Ricardo Berzoini do Trabalho e José Fritsch da Pesca.
Além disso, Lula também se reuniu, no final de semana, com dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), para remover as resistências de sua base sindical à nomeação do comunista Aldo Rebelo da Coordenação Política para o Ministério do Trabalho.
Além de querer a saída do presidente nacional do PT, José Genoíno, assim como a maioria dos membros do partido, o vice-presidente nacional do PT, Romênio Pereira, defende que quatro correligionários acusados de envolvimento com o esquema do mensalão sejam afastados. Romênio Pereira afirma que a maioria da executiva do PT também é favorável ao afastamento do deputado federal José Dirceu, do tesoureiro Delúbio Soares e do secretário-geral Silvio Pereira.
Romênio nega que vá ocupar o cargo de Genoíno, e diz que o nome mais cotado é o da deputada Maria do Rosário, ou alguém da corrente majoritária do partido.
Segundo dois dirigentes do partido, está decidida a nomeação do atual presidente da Eletrobrás, Silas Rondeau, para o Ministério de Minas e Energia. Os dirigentes do PMDB também consideram certa a nomeação do deputado Saraiva Felipe (MG) para o Ministério da Saúde, na cota da bancada da Câmara. A necessidade de apoio no Congresso teria superado a inclinação do presidente de convidar o médico Drauzio Varella, sem partido, para o cargo.