Rio de Janeiro, 28 de Dezembro de 2024

Lula chama militares para conversar sobre situação crítica do país

Arquivado em:
Segunda, 18 de Novembro de 2019 às 11:58, por: CdB

Mesmo preso em Curitiba, ao longo de mais de um ano, Lula expressava dúvidas sobre a posição de setores das Forças Armadas, favoráveis à privatização desenfreada.

 
Por Redação - de Recife
  Após uma calorosa recepção, com milhares de apoiadores pelas ruas da capital pernambucana, na noite passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca, agora, uma interlocução com setores militares para conversar sobre os riscos à democracia brasileira, diante das ações tomadas no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
lula-sp.jpg
Lula tem sido recebido com festa por onde tem passado, desde sua libertação, na semana passada
Mesmo preso em Curitiba, ao longo de mais de um ano, Lula expressava dúvidas sobre a posição de setores das Forças Armadas, favoráveis à privatização desenfreada. Entre as preocupações de Lula está a animosidade de setores das Forças Armadas contra ele e o Partido dos Trabalhadores. Quando o Supremo Tribunal Federal (STF) votava o habeas corpus em que o líder petista pedia para não ser preso, em 2018, o então comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, chegou a escrever uma mensagem no Twitter condenando a “impunidade”. E disse, em ameaça velada, que os militares estavam atentos “às suas missões institucionais”.

Libertação

Ainda assim, Lula segue na busca de um entendimento com setores adversários. Em um discurso carregado de gratidão às pessoas que o apoiaram na Vigilía Lula Livre e por meio dos comitês espalhados por todo o país durante os 580 dias encarcerado na sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva  exaltou o povo nordestino no Festival com Lula Livre em Recife, na noite passada. — O Nordeste é exportador de dignidade. Queremos ser tratados com igualdade de condições. Não somos pária da sociedade”, afirmou. E emendou: Tenho muito orgulho de ter criado a Universidade Federal do ABC (UFABC), onde a primeira matrícula foi feita por uma nordestina em curso de engenharia — disse. Lula conclamou todos à luta, que não acabou com sua libertação. — A luta será para libertar o país desse bando de milicianos que tomou conta do país — disse. O ex-presidente dirigia-se, claramente, a Jair Bolsonaro e seus auxiliares, que conduzem políticas de ataques a direitos sociais de toda a população e de isolamento aos estados nordestinos.

Milícias

Acompanhado de Fernando Haddad e de Rosângela da Silva, a Janja, Lula voltou a criticar o ministro da Justiça, Sérgio Moro, o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, Jair Bolsonaro e a Rede Globo, “que trabalham para destruir a esperança no país  ao alimentar o ódio e as mílícias”. O primeiro festival Lula Livre depois da libertação do presidente, no último dia 8, reuniu mais de 200 mil pessoas, segundo a organização. A Praça Nossa Senhora do Carmo, no bairro Santo Antonio, região central de Recife, foi palco para um show com mais de oito horas de duração e que prosseguiu após o discurso de Lula. O Festival tornou-se uma marca da luta por justiça para Lula conhecida no país todo. Como na ditadura, todas as edições do festival trouxeram a música como forma de resistência e politização na luta pela liberdade do o ex-presidente, que ficou encarcerado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba por 580 dias.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo