Entre os nomes no documento estão 20 reféns ainda vivos, mantidos no cativeiro em Gaza, e palestinos presos em Israel.
Por Redação, com ANSA – de Jerusalém, Gaza
Dirigentes de Israel e Hamas trocaram “listas de prisioneiros a serem libertados” caso haja um acordo de cessar-fogo na guerra deflagrada na Faixa de Gaza há dois anos.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira por um líder do movimento fundamentalista islâmico à agência francesa de notícias Agence France-Presse (AFP), o qual indicou um “otimismo” nas negociações entre as partes.
Entre os nomes no documento estão 20 reféns ainda vivos, mantidos no cativeiro em Gaza, e palestinos presos em Israel. A troca da lista representa um novo sinal de possível avanço rumo a um cessar-fogo no conflito que já provocou milhares de vítimas, além de fome e destruição no enclave palestino.
“Os mediadores estão fazendo grandes esforços para eliminar todos os obstáculos à implementação das diferentes etapas do cessar-fogo, e o otimismo prevalece entre todos os participantes”, disse a alta autoridade do Hamas Taher Al-Nounou, por telefone.
O representante do Hamas também destacou que as negociações indiretas, com a participação de todas as partes e dos mediadores, continuam. Segundo relatos da mídia egípcia e norte-americana, Steve Witkoff e Jared Kushner estão em Sharm el-Sheikh, no Egito, para participar dessas conversas.
Trégua
O enviado e o genro e conselheiro de Donald Trump, respectivamente, teriam sido “os arquitetos” do plano de 20 pontos do presidente norte-americano, que inclui, entre outras condições, uma retirada gradual de Israel da Faixa de Gaza e a libertação de todos os reféns ainda mantidos pelo Hamas dentro de 72 horas do início da trégua.
O canal de notícias Al-Hadath, da Arábia Saudita, relatou que uma delegação da Jihad Islâmica Palestina também participará hoje das negociações sobre a trégua e a libertação de reféns, bem como uma delegação da Frente Popular para a Libertação da Palestina, uma facção menor, mas ainda ativa, dentro do Hamas.
Em seu discurso para marcar o segundo aniversário do ataque de 7 de outubro de 2023, o líder da Jihad Islâmica afirmou que é possível “chegar a um acordo sobre as cláusulas relativas à libertação de prisioneiros nos próximos dias, privando Israel de seus pretextos para agressão”.
De acordo com um artigo publicado pelo Wall Street Journal, o Hamas exige que os corpos de seus líderes assassinados, Yahya e Muhammad Sinwar, estejam entre os libertados por Israel, juntamente com os de suspeitos condenados por terrorismo e prisioneiros sobreviventes, em troca dos 48 reféns mantidos por grupos terroristas em Gaza.
O pedido já havia sido feito anteriormente, mas Israel o rejeitou.
Recentemente, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari, disse à agência de notícias saudita Al-Arabiya que “fortes garantias internacionais por escrito” são necessárias para garantir que Israel cumpra suas obrigações.
Ele destacou ainda que o Qatar quer garantir que as negociações atualmente em andamento no Egito — a devolução de reféns, a libertação de prisioneiros de segurança palestinos e uma pausa nos combates — levem à retirada de Israel de Gaza, ao aumento da ajuda e ao fim definitivo da guerra.
Al-Ansari também observou que o plano de Trump atualmente em discussão exclui explicitamente o deslocamento de moradores de Gaza, bem como o fim das conversas sobre anexação e ocupação.