Da lista localizada pela Polícia Federal, em poder da Odebrecht, constam nomes exponenciais como o do ex-presidente José Sarney (gravado com o codinome ‘Escritor’), do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro Sergio Cabral (Proximus), do prefeito do Rio, Eduardo Paes (Nervosinho) e do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Caranguejo)
Por Redação - de Brasília
Ao todo, cerca de 200 políticos brasileiros de 18 partidos políticos constam na lista que a Polícia Federal (PF) encontrou, na busca e apreensão realizada nos escritórios da empreiteira Odebrecht, como receptadores de propina distribuída pela maior empreiteira nacional. Diante da disposição dos executivos da empresa, de firmar delação premiada perante a Justiça Federal, o ambiente na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira — antevéspera do feriadão de Páscoa — era tenso.
Nos corredores, os semblantes refletiam a última notícia corrente, resumida numa frase dita entre os dentes, na qual palavras como ‘fim do mundo’, ‘terra arrasada’, ‘encerramento da República’ podiam ser ouvidas em tons bem discretos. Segundo experiente assessor parlamentar, em conversa com a reportagem do Correio do Brasil, “o panorama da Casa tende a mudar, radicalmente, a partir da delação premiada de Marcelo Odebrecht”.
— Ele sabe tudo sobre os governos de FHC, Lula e Dilma — acrescentou.
Para o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que leu o nome do presidente de seu partido, Roberto Freire, na lista dos beneficiários de doações da empreiteira envolvida no escândalo investigado pela Operação Lava Jato, a “taxa de instabilidade política” aumentou exponencialmente, nas últimas horas. Jungmann lembrou, em conversa com jornalistas, nesta manhã, que no caso do impeachment do atual senador Fernando Collor de Mello (PR-AL), em 1992, a estabilidade política foi assegurada pouco depois, cenário sobre o qual não há a menor garantia de que se repita, doravante, diante da dimensão que o caso acaba de ganhar.
— Em eventual governo Temer, há algo que está de fora do controle da política, que é a Operação Lava Jato — disse, ainda acreditando que haverá o impedimento da presidenta Dilma.
Em nota oficial, a empreiteira Odebrecht confirma a existência de "um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país".
Lista da Odebrecht
Da lista localizada pela Polícia Federal, em poder da Odebrecht, constam nomes exponenciais como o do ex-presidente José Sarney (gravado com o codinome ‘Escritor’), do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro Sergio Cabral (Proximus), do prefeito do Rio, Eduardo Paes (Nervosinho), do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Carangueijo), do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Jorge Picciani (Grego), e do senador Romero Jucá (PMDB-RR), grafado como ‘Cacique’. Todos, agora, passam a constar dos autos da PF, no âmbito da Lava Jato. Ao todo, são cerca de menos 200 parlamentares e chefes do executivo de partidos diversos que vão do PCdoB ao PSDB. De pronto, é possível constatar que muitos dos nomes daqueles que pedem o impeachment da presidenta foram citados na lista. Mas o da presidenta Dilma, não aparece. Ressalta-se que a lista não distingue quem recebeu recursos legalmente, com declaração feita ao TSE, e quem recebeu via caixa 2 - com isso podem ocorrer injustiças - pedimos cautela na análise. Ao todo são 18 partidos políticos.
A lista não distingue doação legal de campanha, que foi declarada ao TSE ou TRE, das distribuições ilegais - via caixa dois. Ela não foi ainda transformada em documento para a Delação Premiada porque, segundo revela a colunista de política Tereza Cruvinel, do site 247, ela conteria nomes além do PT. Com isso, revela, o processo que pretende excluir Lula das próximas eleições presidenciais estaria naufragado. Os documentos apreendidos pelas quatro equipes de investigadores da PF estavam em dois endereços ligados a Benedicto Barbosa Jr. no Rio de Janeiro, nos bairros do Leblon e de Copacabana.
Além das tabelas, há dezenas de bilhetes manuscritos, comprovantes bancários e textos impressos. Alguns dos bilhetes fazem menção a obras públicas, como a Linha 3 do Metrô do Rio. Nomes e codinomes são usados na lista. Eduardo Cunha (presidente da Câmara Federal) seria o "caranguejo". Jacques Wagner, o "Passivo". Já a deputada estadual Manuela D'Ávila (PCdoB) é chamada de "avião". Outro nome conhecido é de Paulinho da Força que disse estar arrecadando recursos para iniciar uma ampla campanha pelo impeachment de Dilma.
Leia, aqui, a lista completa, com o discernimento que nem todos os nomes citados estão envolvidos na distribuição de propina. Alguns receberam doações legais
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