O documento começou a ser estruturado por Pedro Bueno, Candido Bracher, Roberto Klabin e Walter Schalka e ganhou adesão de 53 nomes do empresariado, como o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
Por Redação – de São Paulo
Algumas dezenas de líderes empresariais brasileiros assinaram o manifesto intitulado: ‘Por um pacto econômico com a natureza’, nesta quarta-feira, como forma de demonstrar a preocupação do segmento com as mudanças climáticas em curso. No texto, os signatários ressaltam a interlocução do setor privado com os Três Poderes, em Brasília, em defesa de uma coalizão pelo meio ambiente.
“Em 2025 o Brasil será anfitrião da COP, fórum global que discute o enfrentamento da crise climática. É fundamental que o país construa com profundidade e velocidade as diretrizes e metas de um plano nacional de descarbonização para ser levado ao evento”, diz o manifesto.
O documento começou a ser estruturado por Pedro Bueno, Candido Bracher, Roberto Klabin e Walter Schalka e ganhou adesão de 53 nomes do empresariado, como o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
Fórmulas
A catástrofe humanitária no Rio Grande do Sul e o recorde de focos de incêndio no Pantanal, segundo os empresários, “tornam ainda mais urgente a necessidade de unirmos esforços para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas”.
“Não temos à mão fórmulas prontas, soluções fáceis. Mas, como cidadãos perplexos com o impacto socioeconômico dos eventos extremos e com o despreparo da nossa nação, manifestamos aqui nosso compromisso de buscar as saídas em conjunto com toda a sociedade”, diz o manifesto.
Segundo os dirigentes empresariais, é preciso que haja maior colaboração com o Executivo “na estratégia de combate ao desmatamento ilegal e na recuperação de áreas degradadas”.
“Precisamos contribuir com o Legislativo na criação de leis que disciplinem o licenciamento ambiental e protejam as florestas. Precisamos incentivar um Judiciário atuante na defesa do direito constitucional ao meio ambiente, algo em que o Brasil, aliás, foi pioneiro e referência. Precisamos dos Três Poderes alinhados —tanto no diagnóstico das oportunidades e riscos pela frente, como no compromisso em torno de um programa que faça do Brasil uma potência de soluções sustentáveis”, acrescenta o texto.
Esperança
Mas os empresários não consideram justo, porém, “empurrar todo o ônus para o Poder Público. E não é produtivo gastar tempo apontando culpados, caçando bruxas. Todos os brasileiros temos a responsabilidade de transformar a dor em esperança e de repensar hábitos e processos”.
“Entendemos que cabe à iniciativa privada acelerar a adaptação da nossa economia à nova realidade do clima. Seja porque atuais fontes de geração de riqueza no país estão sob risco, seja porque uma mobilização de conformidade ambiental dará acesso a mais recursos e mercados”.
E acreditam que “um pacto econômico com a natureza impulsionará a nação no cenário global. Temos vantagens competitivas que nos são exclusivas e de que o mundo necessita. Podemos gerar renda e empregos e, ao mesmo tempo, preservar as áreas verdes e transformar espaços urbanos”.