A empresária também sinalizou que aguarda “ao menos um sinal" de corte da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), no mês que vem. O comitê volta a se reunir nos dias 20 e 21 de junho.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, a líder varejista Luiza Helena Trajano foi objetiva, nesta terça-feira, quanto à necessidade urgente do corte na taxa básica de juros (Selic), como forma de estimular a economia, no país. Em uma rápida entrevista aos jornalistas que cobriam um encontro na sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES), no Centro da Cidade, nesta terça-feira, Trajano respondeu se estava animada com o cenário de 2023.
— Precisa baixar o juro — respondeu.
A empresária também sinalizou que aguarda “ao menos um sinal" de corte da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), no mês que vem. O comitê volta a se reunir nos dias 20 e 21 de junho.
— Se não vier (o corte), vai ser muito triste. O pequeno e o médio estão sofrendo muito — acrescentou.
Questão racial
O Copom tem mantido a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, há cinco meses, em uma tentativa de reduzir a demanda por bens e serviços e, assim, derrubar a inflação. Uma taxa Selic de dois dígitos busca frear a demanda e reduzir as expectativas para os aumentos de preços. O efeito colateral, no entanto, é a perda de ritmo da atividade econômica, uma vez que o crédito mais caro inibe o crescimento das empresas e o ímpeto de compras dos consumidores.
A taxa de juros brasileira, a mais alta do mundo, no entanto, é um obstáculo para os planos desenvolvimentistas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em seu primeiro ano de governo. Ao longo de 2023, Lula já fez uma série de críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, em virtude dos juros altos.
No encontro intitulado ‘Empoderamento Negro para Transformação da Economia’, a empresária participou do painel em que tratou de questões como as cotas raciais, nas empresas.
— Cota é uma das coisas melhores depois de quase 400 anos de escravidão que tivemos no país. Uma coisa que resolve mesmo é política pública, olha o que Lei de Cotas mudou — pontuou.
A líder empresarial criticou também a desigualdade nas oportunidades para negros e brancos no país.
— A desigualdade, seja ela social ou racista, é um câncer para a sociedade — concluiu.