O líder europeu ainda comentou que o tema dos recentes protestos contra as duras medidas restritivas anti-covid foi abordado e que reforçou a Xi que "para a UE, o direito de se manifestar é um direito fundamental garantido por instrumentos internacionais" e que os "direitos humanos são universais".
Por Redação, com ANSA - de Bruxelas
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, se reuniu de maneira virtual com o líder chinês, Xi Jinping, e membros do alto escalão de Pequim nesta quinta-feira e cobrou que os chineses pressionem a Rússia para por fim à guerra na Ucrânia.
Por conta do antagonismo aos Estados Unidos e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Moscou tem na China a sua principal aliada internacional - mesmo que os chineses não enviem nenhum tipo de armamento para a batalha.
– Pedi ao presidente Xi Jinping de usar a sua influência para por fim à guerra da Rússia na Ucrânia e para fazer ser respeitada a Carta das Nações Unidas. Nós dois concordamos também que as ameaças nucleares são inaceitáveis – disse o europeu em coletiva.
Michel ainda ressaltou que "destacou que a União Europeia conta com a China, enquanto membro do Conselho de Segurança da ONU, para convidar a Rússia a respeitar os princípios fundamentais" dos direitos humanos e para "contribuir e por fim à brutal destruição e ocupação russa" no país vizinho.
O líder europeu ainda comentou que o tema dos recentes protestos contra as duras medidas restritivas anti-covid foi abordado e que reforçou a Xi que "para a UE, o direito de se manifestar é um direito fundamental garantido por instrumentos internacionais" e que os "direitos humanos são universais".
Desde o fim de semana, Pequim vem reprimindo com o uso da força as manifestações, mas por conta da pressão, as pesadas medidas restritivas devem começar a ser afrouxadas.
O porta-voz de Michel, Barend Leyts, ainda afirmou aos jornalistas que os dois debateram "as medidas restritivas da UE na relação com a China e as medidas adotadas pela China na relação com a União Europeia".
China
Isso porque, com base no princípio da reciprocidade, o turismo, por exemplo, ainda está muito afetado por conta das proibições de viagens não essenciais de Pequim. Além disso, por conta dos constantes confinamentos, muitos empresários e investidores europeus estão tendo problemas com suas empresas na China.
Já o relato pelas falas de Xi foi feito pela emissora estatal CCTV, que ressaltou que o presidente chinês afirmou que seu país "está disposto a ter o diálogo com a União Europeia sobre os direitos humanos com base na igualdade e no respeito recíproco".
"China e Europa devem respeitar os recíprocos interesses fundamentais e as preocupação, em especial sobre sua soberania, independência e integridade territorial. A não interferência nos assuntos internos recíprocos e a proteção conjunta do fundamento político das relações bilaterais são fundamentais", adicionou a emissora.