No mês seguinte à condenação, a Câmara confirmou o afastamento temporário e suspendeu os vencimentos da parlamentar.
Por Redação – de Brasília
Terminou, nesta quinta-feira, a licença de 127 dias da deputada Carla Zambelli (PL-SP), condenada em maio a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A parlamentar havia solicitado afastamento do cargo antes de deixar o país e ser presa em território italiano.

No mês seguinte à condenação, a Câmara confirmou o afastamento temporário e suspendeu os vencimentos da parlamentar. Em julho, Zambelli foi presa nos arredores de Roma após inclusão na lista vermelha da Interpol. Atualmente, aguarda decisão da Justiça italiana sobre o pedido de extradição feito pelo Brasil.
O regimento da Câmara não permite prorrogação do afastamento. Com isso, a parlamentar deveria reassumir a vaga ocupada pelo suplente Coronel Tadeu (PL-SP). Como está em uma prisão na Itália, passará a acumular faltas injustificadas — o que pode resultar na perda automática do mandato se ultrapassar um terço das sessões anuais.
Extradição
Zambelli deixou o Brasil em 24 de maio pela fronteira de Foz do Iguaçu, sem controle migratório. De Buenos Aires, foi para os Estados Unidos e, em junho, embarcou rumo à Itália, onde acreditava estar protegida por também possuir cidadania italiana.
No mesmo dia de sua chegada, porém, teve o nome incluído na lista vermelha da Interpol. O governo brasileiro já formalizou pedido de extradição, e a Procuradoria da Itália deve se pronunciar até o fim deste mês.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara analisa, agora, o pedido de cassação contra a deputada. O processo teve como último passo uma oitiva com Zambelli, feita diretamente do presídio em Roma por via digital. Durante o depoimento, a parlamentar afirmou estar aprendendo italiano, criticou o ministro Alexandre de Moraes — a quem chamou de “bandido” — e disse acreditar que seria libertada em breve.
Decisão
O presidente da CCJ, Paulo Azi (União Brasil-BA), aguarda a retirada do sigilo do processo pelo STF para colocar a votação em pauta. Caso o colegiado aprove a cassação, a decisão precisará ser confirmada em plenário com ao menos 257 votos.
Além da condenação de dez anos, Zambelli recebeu outra pena de cinco anos e três meses por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. O caso remete ao episódio em que perseguiu um homem armado na véspera do segundo turno de 2022, em São Paulo.
As imagens ganharam repercussão nacional e abalaram sua relação com Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente passou a atribuir a ela parte da derrota eleitoral devido ao episódio protagonizado pela então aliada.