Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Lessa desiste de disputar presidência do PSB

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Terça, 02 de Dezembro de 2003 às 14:06, por: CdB

O grupo descontente com a permanência do deputado Miguel Arraes (PE) na presidência do PSB deve lançar o ex-ministro da Saúde, Jamil Haddad, para disputar com ele o comando do partido. A eleição acontece neste final de semana, durante o congresso nacional do PSB, em Brasília. Por causa das divergências, o grupo aliado de Arraes já montou uma chapa que exclui todos os dissidentes. De acordo com o deputado Beto Albuquerque (RS), o governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, que é vice-presidente do partido, por exemplo, será substituído, provavelmente por ele.

Há cerca de dois meses, o governador alagoano expôs publicamente as divergências internas do partido, quando cobrou de Arraes maior diálogo nas decisões da legenda. Escalado como porta-voz do grupo dos descontentes, Lessa chegou a acusar Arraes de atuar de forma autoritária e a admitir disputar com ele o comando da legenda. Mas, ontem, o governador anunciou outra alternativa: "Nem Lessa, nem Arraes. Haddad para a presidência".

De acordo com o deputado Givaldo Carimbão (AL), a decisão de Lessa não pode ser interpretada como um recuo. "Ele sempre defendeu que o presidente do partido fosse um deputado ou senador, por acreditar ser muito difícil para alguém do Executivo conseguir conciliar as duas tarefas", afirmou. Carimbão disse que ainda espera um consenso com o grupo do atual presidente do PSB, mas se isso não for possível vai votar no candidato de oposição dentro do partido.

O deputado Maurício Quintela (AL) também acredita na construção de um acordo até o último momento, mesmo depois de todas as críticas feitas pelo grupo dissidente. "Acho que somos todos maduros para entender que sem o consenso perderá o partido", disse. No que depender do grupo ligado ao deputado Miguel Arraes, no entanto, não terá acordo algum. "Acho que o partido tem que fazer a disputa. Sou contra um acordo, pois os acordos fechados na eleição passada só prejudicaram o partido", defende o deputado Beto Albuquerque.

A candidatura de Haddad ainda não está confirmada, o que deve acontecer nesta quarta-feira, quando Lessa chegar à Brasília. O que pode fragilizá-la é uma polêmica em que o ex-ministro se envolveu recentemente, quando nomeou para o Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro, pessoas com base em suas filiações partidárias e não por critérios técnicos, causando prejuízos ao hospital, considerado referência no tratamento da doença, e ao Governo Luiz Inácio Lula da Silva.

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