Os EUA impuseram sanções contra duas das maiores empresas petrolíferas da Rússia, Rosneft e Lukoil. Logo no dia seguinte, a União Europeia seguiu os passos de Washington.
Por Redação, com Brasil de Fato – de Brasília
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou nesta sexta-feira que a Rússia está revisando as novas sanções impostas pelos EUA e pela União Europeia nesta semana. De acordo com ele, “medidas retaliatórias serão tomadas por Moscou com base nos seus interesses nacionais”.

– Estamos analisando as sanções que foram impostas e tornadas públicas. Naturalmente, faremos o que melhor atender aos nossos interesses. Isso é o principal. Não estamos agindo contra ninguém, mas sim em nosso próprio benefício – disse o porta-voz do Kremlin.
Na última quarta-feira, os EUA impuseram sanções contra duas das maiores empresas petrolíferas da Rússia, Rosneft e Lukoil. Logo no dia seguinte, a União Europeia seguiu os passos de Washington e impôs a sua 19ª rodada de sanções contra Moscou.
O novo pacote de restrições europeu, de acordo com a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, “visam bancos russos, corretoras de criptomoedas e entidades na Índia e na China, entre outras coisas”. Kallas também anunciou restrições a viagens de diplomatas russos dentro dos países da UE para “combater tentativas de desestabilização”.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, por sua vez, também comentou as sanções europeias e disse que a Rússia responderá ao mais recente pacote de sanções da UE e tomará medidas eficazes e rigorosas.
– Nem mesmo Bruxelas acredita na eficácia da pressão das sanções sobre a Rússia, mas, com uma tenacidade digna de melhor aplicação, eles continuam nesse caminho cada vez mais suicida para a própria UE – disse a diplomata.
Novas sanções
As novas sanções dos EUA e da UE contra Moscou vieram na esteira do anúncio do presidente Donald Trump de que a reunião com o líder russo, Vladimir Putin, que estava sendo planejada para acontecer ainda em outubro, em Budapeste, havia sido cancelada.
O presidente russo, ao comentar a recusa do presidente estadunidense em se reunir com ele, reagiu com cautela e disse que a fala de Trump foi provavelmente sobre um “adiamento” da reunião.
– Estou familiarizado com esta declaração. O presidente dos EUA decidiu cancelar ou adiar esta reunião. Mais provavelmente, ele está falando em adiá-la. O que podemos dizer? O diálogo é sempre melhor do que qualquer confronto, qualquer disputa ou, especialmente, guerra. Portanto, sempre apoiamos o diálogo contínuo e continuamos a fazê-lo – declarou Putin.
O mandatário enfatizou que, em sua última conversa telefônica, a reunião e seu local foram propostos por Trump. “Seria um erro, tanto meu quanto do presidente americano, abordar isso levianamente e sair desta reunião sem o resultado esperado”, disse Putin.
Ao falar sobre as novas sanções dos EUA, o presidente russo observou que elas teriam certas consequências, mas não impactariam seriamente a saúde econômica da Rússia.
– Agora, em relação às novas sanções [dos EUA]. Em primeiro lugar, não há nada de novo aqui. Sim, elas certamente são sérias para nós, isso é claro, e terão certas consequências. Mas não afetarão significativamente nosso bem-estar econômico – completou o presidente russo.