Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Kremlin acusa EUA de chantagem por ameaçar China com sanções

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Quarta, 05 de Junho de 2024 às 13:32, por: CdB

Os Estados Unidos afirmam que, ao fornecer bens de dupla utilização, que têm aplicações civis e militares, a China está impulsionando o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia.

Por Redação, com Reuters – de Moscou

O Kremlin descreveu nesta quarta-feira como “chantagem” os comentários da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, de que Washington não toleraria que a China aumentasse suas exportações de bens de “dupla utilização” para a Rússia e que responderia com sanções.

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Rússia acusa EUA de chantagem por ameaçar China com sanções por exportação

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o tom de Washington era completamente inaceitável e que Moscou era solidária com Pequim.

– Estamos bem cientes de que os nossos camaradas chineses não aceitam tal linguagem, não aceitam tais mensagens e tais ameaças, tais chantagens – disse Peskov aos repórteres.

Guerra da Rússia na Ucrânia

Os Estados Unidos afirmam que, ao fornecer bens de dupla utilização, que têm aplicações civis e militares, a China está impulsionando o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia.

– A China é o principal fornecedor de máquinas-ferramentas, microeletrônica, nitrocelulose, que é fundamental para a fabricação de munições e propulsores de foguetes, e outros itens de dupla utilização que Moscou está usando para aumentar sua base industrial de defesa – disse o secretário de Estado Antony Blinken durante visita a Pequim, em abril.

Já Yellen disse na terça-feira que o Tesouro dos EUA viu um aumento nas exportações chinesas de bens de dupla utilização e estava muito preocupado com isso.

– Fui extremamente clara com os mais altos níveis do governo chinês que isso é algo que não toleraremos e que pretendemos sancionar esta atividade – disse Yellen.

Peskov afirmou que o poder econômico da China no mundo é tal que “mesmo os Estados Unidos dificilmente se podem dar ao luxo de falar nesse tom”.

– Talvez nem todos na liderança da América tenham compreendido isso neste momento, mas com o tempo irão compreendê-lo – afirmou. “Sabemos com certeza que os chineses não gostam disso, e somos solidários e consideramos tal tom, tais ameaças inapropriadas”, afirmou.

A Rússia e a China impulsionaram fortemente as transações bilaterais desde o início da guerra na Ucrânia, à medida que o comércio russo com o Ocidente foi dizimado por ondas de sanções. O comércio bilateral atingiu US$ 240,1 bilhões em 2023, um aumento de 26% em relação ao ano anterior.

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